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Verdadeiro amor

Sempre fui entusiasta da coerência entre discurso e prática


Sempre fui entusiasta da coerência entre discurso e prática. Em tudo, inclusive quando está em pauta o cristianismo e a vida espiritual.

Escrevo pensando especialmente numa vizinha da vida toda, que é uma das que mais refletem o cristianismo no qual acredito. Tia Marize (por adoção, que não temos laços de sangue) é a pessoa sempre pronta a ajudar. Eu a conheço desde que era criança. Sempre foi generosa e solícita.

Com entusiasmo, chega e desfaz os nós sem se atrapalhar. Vive me tirando do aperto. Minha mãe, idosa e acamada, é sempre socorrida por ela, estando nós em casa ou não. Sabendo que ela depende de cuidados especiais, está atenta o tempo todo.

E eis que todos pegam dengue, e quem está sempre por perto nos dando suporte? Tia Marize e o marido, Tio Moacir, tão solícito quanto ela.  Hoje, saindo para o trabalho, sou abordada por ela perguntando se poderia passar um pano na casa e lavar o banheiro.

Não tive outra coisa a fazer além de agradecer a Deus pela vida dela e pela empatia que sai das páginas da bíblia e entra porta adentro, cheia de disposição. É o cristianismo que faz diferença, que se importa, que acalenta e afaga. Que diz de fato a que veio.

Não aquele cristianismo do discurso dos que dizem ter ouvido Deus falar, mas negligenciam o trabalho que recebem para fazer, que fazem fofoca, que não tem comprometimento com a dor do outro. Que andam tão preocupados em ser ativistas religiosos que deixam Jesus Cristo pelo caminho. Tenho ranço disso, como diria a filhinha de uma amiga.

Cristianismo para mim é esse que Tia Marize pratica não apenas por ser aposentada, mas porque de fato se importa e quer o bem de todos. E se tem outra virtude dessa tia querida que a vida me deu é o fato de ser transparente. Você sempre vai saber exatamente o que ela pensa. Sem meias palavras nem subterfúgios.

Tia Marize sempre será uma parte importante da igreja de Cristo onde estiver. Sabe por quê?  Porque ela vive na prática o mandamento de amar ao próximo como a ela mesma. E pode acreditar. Isso faz diferença para a vida toda. E dá um pouco de esperança aos que se desencantaram com cristãos que têm prazer em tirar Deus das pessoas, como se ele pertencesse a uma casta. O cristianismo genuíno é realmente para os que se importam. Minha oração é para ele reflita em tempos tão sombrios.


Anete Lacerda Jornalista

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