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Abraços


Pesquisa recentemente divulgada, mas cujo resultado nem é totalmente novo, diz que se você der ou receber  oito abraços por dia pode ter uma vida infinitamente mais feliz.

Parece natural, já que desde criança os abraços e beijos de nossos pais possuíam poder curativo, inclusive para as dores da alma. Melhor remédio para aliviar dos problemas causados pelas quedas e tristezas.

Desses fartos e aparentemente despretensiosos abraços é formada a nossa personalidade. Do refúgio sentimental infantil ao preparo para enfrentar a vida de peito aberto. Com as emoções perfeitamente equilibradas.

Parece pouco, mas os estudos apontam que os abraços melhoram a autoestima, uma vez que o contato físico fortalece a segurança e a autoconfiança.

Logo, se a energia de quem nos abraça é boa, saímos fortalecidos. Nos comunicamos melhor e externamos nosso afeto, respeito, simpatia e empatia.

É uma troca verdadeiramente de mão dupla, já que damos e recebemos calor humano, e dependendo do dia, pode ser tudo que precisamos para vencer um dia difícil.  Não importa o que nos impulsiona ao abraço, de preferência bem afetivo e apertado. 

Importa que reduz o estresse e melhora a saúde do coração, alivia o medo, inclusive da morte, e proporciona saúde emocional, até para a vida toda, se as demonstrações de afeto não forem interrompidas.

Diante dos inúmeros casos de suicídio, receitar abraços, pelo resultado da pesquisa, provavelmente evitaria muitas perdas sempre irreparáveis. É bom pensar nisso e se importar mais com o próximo. Praticar a empatia. Dar abraços fartos, apertados, repletos de amor, compreensão e muito carinho. 

O que me faz lembrar a história de Naamã, general sírio leproso que foi aconselhado por uma escrava da casa a procurar um profeta de sua terra, que certamente seria curado.  O general ficou profundamente irritado, após viajar vários dias, quando foi aconselhado pelo profeta a mergulhar sete vezes no Rio Jordão, na terra do povo que conquistaram.

Dizia que poderia ter se banhado as águas de sua terra. Um de seus soldados falou com ele que se o profeta tivesse pedido uma coisa difícil ele faria. Baseado nessas palavras, se banhou as vezes recomendadas e ficou curado por milagre, já que a lepra era incurável.

Eu acredito no poder do afeto, dos beijos e dos abraços. Quero dar e receber muito carinho. Trocar calor humano e saber que essa é uma atitude que pode nos livrar da cultura do ódio. E que pode evitar mortes precoces daqueles que resolvem tirar a própria vida porque se cansaram de nossa indiferença. 

Que de hoje em diante, e para sempre, seja tempo de muito afeto. Aquele abraço.

 


Anete Lacerda Jornalista

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