A candidata do prefeito leva vantagem... - Jornal Fato
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A candidata do prefeito leva vantagem...

A grande obra realizada em Cachoeiro, a macrodrenagem, por Vitor Coelho


- Foto: Reprodução/Instagram

O eleitor, neste ano eleitoral principalmente, teria, em tese, que cobrar dos que aspiram a um cargo público um projeto mais claro e objetivo do que se pretende executar se porventura for eleito. Digo mais, com receio de uma redução: as grandes obras realizadas em Cachoeiro -   Beira-Rio, efetivada por Ferraço, e a macrodrenagem, por Vitor Coelho. Mas, a bem da verdade, são obras de correção da falta de planejamento.  

Trazem um imenso transtorno na fase de construção, mas depois a população reconhece que a necessidade foi preenchida. No caso da Beira Rio, que imortalizou Ferraço, a obra fica exposta, para todo mundo ver, tocar, se torna inesquecível. No entanto, mesmo acolhendo as necessidades, a macrodrenagem não fica à vista.  Essa, por exemplo, é uma dificuldade do prefeito Victor em chegar ao reconhecimento mais rápido.

A divulgação de todas as obras realizadas - e são muitas -, no período eleitoral, terá que ser entregue a um bom técnico nessa área. Exatamente para não perder exatamente só o conteúdo delas, mas o volume e quantidade. Por que encaminhei o raciocínio para este ponto? Exatamente porque depois da decisão do TSE, o Google proibiu anúncios políticos, a partir de maio.

Preciso explicar melhor, mesmo que me enrede em situações jurídicas complicadas para o leitor. Decidiu o TSE que o impulsionamento pago de conteúdo político-eleitoral somente é permitido durante a pré-campanha quando cumpridos cumulativamente os seguintes requisitos: I - o serviço seja contratado por partido político ou pela pessoa natural que pretenda se candidatar diretamente com o provedor de aplicação; II - não haja pedido explícito de voto; III - os gastos sejam moderados, proporcionais e transparentes; IV - sejam observadas as regras aplicáveis ao impulsionamento durante a campanha."

Em verdade, o Google está avaliando que seria inviável moderar tantos anúncios numa eleição que ocorrerá em 5 mil municípios. Também teme que a amplitude do conceito traga insegurança para moderação.  Claro, portanto, que todos os candidatos têm que ficar atentos a este fato. Porque, queira ou não, a medida vai ampliar a desigualdade entre os candidatos. Por óbvio, levam vantagem os candidatos à reeleição ou os apoiados por chefes do executivo. Ele têm mais recursos para anunciar na TV, no rádio e na internet.

Mas eu estava falando, no início da conversa, especificamente, que os candidatos a prefeito precisam trazer propostas interessantes para a cidade. Caso contrário, não terão recursos para construir uma macrodrenagem ou uma nova Beira-Rio. Cito sempre, a rigor, as lições de Lerner.  É preciso que se distinga ou entenda o nível de intervenção na cidade toda e de toda a população; e há um nível de intervenção em escala micro, ou seja, ao nível do indivíduo e sua vizinhança.

Lembro-me bem de uma conversa que tive com o prefeito Victor, logo no início de seu mandato. Disse que a administração alcançaria grande êxito, na altura que se encontrava Cachoeiro, se ela convergisse da periferia para o centro. Os moradores da periferia estavam com uma péssima qualidade de vida. Ele escutou com muita atenção. E foi buscar novas práticas administrativas fora do país.

Resumindo: o que a população está esperando do candidato - seja prefeito ou vereador - é um plano de governo adequado e que atenda à população. E, não, essas brigas idiotas encenadas num palco construído para discutir ideias. Muitos candidatos deveriam, antes de mais nada, fazer uma autocrítica, para não descer a convivência a um nível insuportável. O jornal Fato abrirá, nas próximas semanas, uma tribuna para tais discussões, num estúdio confortável, produzindo Podcast.


Wilson Marcio Depes Advogado Escritor e jornalista

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