Hospital celebra Dia Mundial de Luta contra Aids - Jornal Fato
Saúde

Hospital celebra Dia Mundial de Luta contra Aids

Instituição realiza atendimentos aos portadores do vírus, gestantes e crianças expostas


Dra. Patrícia Vivyane, infectologista do Hospital Evangélico

O próximo 1º de dezembro será mais que especial em 2018. Neste ano, o Brasil comemora 30 anos de luta contra o HIV/AIDS. E os números apresentados recentemente pelo Ministério da Saúde são animadores. Os registros são de queda nos números de óbitos por AIDS no país. Em quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 em 100 mil habitantes no ano de 2014 para 4,8 óbitos em 2017. 

E o Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI) comemora, pois é um hospital que realiza atendimento no Pronto Socorro aos pacientes com HIV/AIDS com intercorrências e tratamento em regime de internação hospitalar para os casos necessários, além de realizar atendimento ambulatorial de gestantes HIV positivo e seus recém-nascidos, bem como acompanha as crianças expostas ao HIV durante a gestação até a adolescência e realiza seguimento de crianças com diagnóstico de AIDS em regime ambulatorial e de Hospital Dia. 

O Hospital atualmente tem 307 filhos de mães com HIV cadastrados fazendo acompanhamento médico, duas gestantes e 17 crianças com AIDS. O número de crianças expostas ao vírus vem diminuindo também.  

Em 2015 nasceram 20 crianças, filhos de mães HIV positivo, enquanto que em 2017 foram somente 11. Desde 2014 não há registro de transmissão vertical no Hospital.  "No Dia Mundial de Luta contra a AIDS, devemos comemorar as importantes conquistas que observamos com relação à melhoria do diagnóstico e ao tratamento para os pacientes HIV/AIDS", comenta a infectologista do HECI, Dra. Patrícia Vivyane.  

Essa redução nos números se dá ao fato de que atualmente os municípios controlam mais os seus pacientes, fazendo buscas, triagens e encaminhamento para o tratamento adequado. "E as próprias mães também têm conscientização de que para realizarem o sonho de serem mães, é preciso ser responsável e fazer o tratamento correto. Assim, as chances de transmissão do vírus para o bebê é bem próxima de zero.", explica a Dra.  

Além do declínio no número de óbitos pela doença, o Ministério da Saúde identificou também uma diminuição significativa da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê). Os dados mostram que a taxa de detecção de HIV em bebê reduziu em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 casos em 100 mil habitantes. E mais, nos últimos 7 anos, observou-se também redução de 56% de infecções de HIV em crianças expostas infectadas pelo HIV após 18 meses de acompanhamento. 

Segundo a Dra. Patrícia Vivyane, "é imprescindível conscientizar a população sobre a necessidade da prevenção, principalmente entre os mais jovens", uma vez que esses novos dados do Ministério da Saúde revelam que 73% das novas infecções de HIV ocorrem em pessoas do sexo masculino, sendo que 70% dos casos ocorrem entre homens estão na faixa de 15 a 39 anos.

 

Breve Histórico 

No final dos anos 70 e início de 1980, profissionais de saúde dos EUA diagnosticaram pacientes com uma forma de pneumonia diferenciada e rara, caracterizando-se por atingir o sistema imune dos pacientes, enfraquecendo o organismo e os deixando extremamente debilitados, ocasionando infecções oportunistas. Os grupos mais atingidos de pacientes nesta época eram os homens homossexuais ou bissexuais. O Sistema de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde considera que a doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil no ano de 1982, por ter sido conceituada neste período.

Em 1982, a partir da delimitação dos grupos de risco, a doença foi temporariamente chamada de Doença dos 5H (Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos, Heroinômanos (denominação das pessoas usuárias de heroína injetável) e Hookers (que em português significa profissional do sexo). Então, identificou-se que a transmissão da doença era feita por meio de contato sexual, exposição ou transfusão de sangue e derivados e pelo uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas.
Diante desta situação os cientistas americanos conceituaram a doença até então desconhecida como Acquired Imnunodeficiency Syndrome (AIDS) ou em português Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Com o avançar das descobertas sobre a misteriosa doença e com as tecnologias dentro da medicina para o tratamento, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 1988, o dia 1º de dezembro como dia Mundial de Luta contra a AIDS. 

A partir do ano de 2000 até os dias atuais houve uma preocupação de todas as autoridades de saúde pública do Brasil e do mundo em busca de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes portadores do HIV, como também agir no sentido de evitar a contaminação e disseminação do vírus. A realização de várias campanhas preventivas no Brasil defendendo o uso da camisinha, seringas descartáveis nos usuários de drogas e a biossegurança em saúde proporcionaram maior controle da disseminação do vírus.

 

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