Violência e funcionalismo em debate - Jornal Fato
Política

Violência e funcionalismo em debate

Candidatos apresentam propostas para combater a violência e recompor salário do funcionalismo público


Por Lorena M. Giordina

ADI-ES

 

Na terceira e penúltima sabatina com os seis candidatos ao Governo pela Associação dos Diários do Interior do Espírito Santo (ADI-ES), eles respondem sobre a crescente violência no interior. Na segunda pergunta os candidatos se posicionam em relação a recomposição salarial do funcionalismo público do Estado. Confira:

 

ADI-ES - Os municípios do interior sempre tiveram vida mais pacata. Nos últimos tempos, todavia observa-se o crescimento da violência tanto nas cidades quanto na zona rural. Como pretende solucionar este problema?

 

Renato Casagrande (PSB) - Eu vou amenizar colocando delegacias especializadas para crime da área rural. Instalar a patrulha rural, porque na época da colheita as ações criminosas aumentam e quem atua nesse tipo de crime é especializado. A polícia vai investigar para evitar e ou diminuir esse tipo de crime.

 

André Moreira (PSOL) - Temos que fazer aparelhamento e distribuir os policiais de acordo com a população. Mas o que resolve de forma definitiva é o desenvolvimento econômico. A desigualdade agrava a violência, se não reduzi-la, vamos continuar colocando polícia na rua e não vai diminuir a violência. 

 

Aridelmo Teixeira (PTB) - Investir em saúde e educação tem um forte impacto na segurança, temos em paralelo um projeto para o interior, que ficou abandonado e os criminosos começaram a perceber que lá é mais fácil e o risco, menor. Vamos criar ambiente com empresas que geram emprego, que geram consumo e novos negócios, olhando a vocação do lugar para produzir mão-de-obra especializada porque com emprego, diminui a violência.

 

Carlos Manato (PSL) - A violência do interior cresceu muito por causa das drogas. Vamos criar a polícia de divisa, que vai ser colocada em todas as dívidas do Estado. Vai ser comandada pela Polícia Militar com apoio do exército. Uma previsão de 600 homens. Todos vão ser revistados. Nas comunidades limítrofes, vai ter selo de identificação para dificultar a saída de carros roubados e entrada de drogas e armas.

Vamos fazer concurso da polícia, que agora vai regional. Não vamos tirar o policial da região que mora. Vamos equipar a polícia com tudo: colete, arma, bala, carro gasolina e trabalhar para motivá-lo. A polícia terá retaguarda jurídica para trabalhar e atacar. Em municípios maiores, que têm áreas de periferia, vamos usar tecnologia. Um tablet dentro do carro da PM, onde terá acesso ao SUSP - Sistema Único de Segurança Pública, para consultar na hora todos os bandidos do Brasil. Também usará aplicativos para poder checar a melhor rota de trânsito.

Nas cidades maiores, com mais de 50 mil habitantes, drones que vão monitorar. Em contrapartida, vamos atuar nos presídios de baixa periculosidade, entrar com oficinas para produzir material esportivo em larga escala. Quem tiver escolinha de bairro e igreja, a mão-de-obra dos presidiários vai ajudar. Vamos tirar o menino da marginalidade para ele ir ao esporte, resgatando a criança das drogas.

 

Rose de Freitas (Podemos) - Vamos combater a violência levando saúde e educação para o interior.

 

Jackeline Oliveira Rocha (PT) - Tratamos o problema da violência como um dos pontos principais em nosso plano de governo. Precisamos, sim, fazer uso dos mecanismos de repressão à violência quando necessário, tendo em vista que a discussão e nossa luta vai adiante. Trabalharemos com medidas preventivas, para evitar que o cidadão tenha que andar com medo e que o comerciante tenha que fechar a porta de seu negócio. Não iremos apenas remediar o problema, como também lutaremos para cortá-lo em seu cerne, evitando que a violência vire um verdadeiro rodízio em nossa sociedade. Atuaremos junto às prefeituras, auxiliando-as, e empenhados para criação de mutirões de cidadania, em que comunidade, agentes e unidades de segurança se relacionem de forma integrada, levando cultura, informação e diálogo, para gradativamente diminuirmos o índice da violência no Espírito Santo.

 

ADI-ES - Há expectativa de servidores públicos de que o próximo governo faça a recomposição salarial e ao mesmo tempo existe a preocupação com a manutenção do equilíbrio orçamentário do Estado. Como pretende conduzir esta situação?

Renato Casagrande (PSB) - Vamos ter diálogo aberto e franco com os funcionários públicos. O aumento depende das condições econômicas do País. Temos que ter responsabilidade, não dá para conceder aumento sem condição.

 

André Moreira (PSOL) - O servidor público não pode pagar pelo ajuste fiscal, especialmente quando é feito sem desconsiderar as isenções que são dadas. Não é aumento que o servidor está esperando, é reajuste. Aumentou tudo de acordo com a inflação, mas não aumentou o salário do servidor. A reposição salarial é um dinheiro que gira. O que o servidor recebe não vai para a poupança, vira compra, vira consumo, que vai movimentar o comércio, gerar empregos. Temos que olhar o orçamento não como gasto, mas como indutor do processo econômico de toda sociedade. Toda vez que o governo paga benefício a um aposentado, ele não guarda de baixo do colchão, ele faz esse dinheiro circular.

 

Aridelmo Teixeira (PTB) - Se você aumentar o salário, irá comprometer o equilíbrio econômico. Temos 230 mil capixabas desempregados. Tenho certeza que os servidores entendem isso. Foram eles que mantiveram o Estado funcionando. Foram sacrificados mas não perderam o emprego.  Primeiro vamos arranjar emprego para esses 230 mil desempregados e, depois, adequar o salário. Os candidatos irresponsáveis estão assumindo aumento que não podem pagar. Meu compromisso é com os desempregados, saúde e educação. Depois vamos usar o mínimo de pessoas não concursadas e gerar dentro do próprio sistema verba para recompor o salário do funcionalismo público.

 

Carlos Manato (PSL) -  Eu sou o único dos seis que fala em reforma administrativa. Como uma pessoa com 18 partidos juntos vai ter reforma política? Já fizeram a pizza e lotearam a pizza, eu não tenho essa dívida: os partidos que estão comigo eu já paguei a conta. Vou cortar 20% dos cargos comissionados e das secretarias. Todo secretário será técnico e não poderá ser candidato em 2020. Não vai usar o governo para ser candidato. O secretário vai trabalhar no carro dele, de taxi, ou de carro de app, e vamos economizar mais de R$ 10 milhões por ano. Tolerância zero para corrupção. Faremos um estado enxuto. Quando chegar em dezembro, vamos repor o salário, dialogando com os funcionários públicos.

 

Rose de Freitas (Podemos) - Vamos debater essas questões. O governo anterior tinha mais recurso do que o atual. Temos que melhorar nossa arrecadação, acabar com a sonegação de impostos, que chega a R$ 4,5 milhões, colocar o recurso para dentro, eliminar gastos supérfluos. Não podemos gastar além do que temos.

 

Jackeline Oliveira Rocha (PT) -  Entendemos que existem perdas salariais de todas as categorias dos servidores públicos estaduais. No entanto, é preciso fazer estudo minucioso das finanças, para atender às reivindicações. Estaremos a todo o momento dispostos ao diálogo, atentos às demandas e, na medida do possível, sempre atendê-las. O nosso compromisso é o diálogo, sempre.

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