A audiência pública aconteceu ontem na Câmara Municipal (Foto: Divulgação/PMCI)

 

Leandro Moreira

 

De posse de um relatório com informações sobre a demanda reprimida em diversas áreas; déficits financeiros dos hospitais; principalmente por conta da defasagem de quase 20 anos da tabela do SUS; apensado com documento de apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os vereadores de Cachoeiro de Itapemirim querem ir ao Ministério da Saúde para tentar a solução destes problemas.

 

A inciativa da elaboração deste relatório se originou na audiência pública que aconteceu na tarde de ontem na Câmara Municipal, proposta pelo vereador Delandi Macedo (PSC). Estiveram presentes representantes dos três hospitais filantrópicos do município, lideranças políticas de cidades vizinhas, a deputada federal Norma Ayub e o deputado estadual Theodorico Ferraço, ambos do DEM.

 

Por mais uma vez, os diretores das casas de saúde filantrópicas expuseram a crise que enfrentam em decorrência de não receber do poder público o pagamento correspondente ao valor real dos serviços contratados. E, segundo eles, a situação só piora com o aumento de atendimentos através do SUS e pela queda das assistências via convênios e particulares.

 

A Santa Casa Cachoeiro, por exemplo, revelou amargar dívida superior a R$ 50 milhões. O Hospital Evangélico (Heci) disse que prejuízo mensal de R$ 490 mil referente, apenas, à defasagem na tabela do SUS; e mais prejuízo de R$ 1,3 milhão relativos a atendimentos de UTI e maternidade. Em situação semelhante, o Hospital Infantil 'Francisco de Assis' (Hifa) ainda lamenta a perda dos recursos oriundos do estacionamento Rotativo - pouco mais de R$ 1 milhão ao ano.

 

A deputada Norma disse que suas emendas parlamentares terão prioridade para a saúde e que elabora projetos para colaborar com os hospitais. "Políticos se preocupam com a reeleição, não colocam Deus no coração. Para onde está indo o dinheiro? Irei apresentar projeto pedindo para que remédios sejam comprados a preço de custo pelos hospitais; e também me empenho para que o governo perdoe a dívida dos filantrópicos".

 

Foco

 

O vereador Elio Carlos Miranda (PDT) sugeriu que todo o debate feito concentrasse forças no foco do problema: o reajuste da tabela do SUS. "Para isso, temos que acionar os 10 deputados federais e dois senadores. Hoje (ontem), somente a Norma compareceu".

 

O deputado Ferraço aprovou a ideia e se comprometeu a fazer a ponte com a Câmara dos Deputados e Senado. "Tentarei também agenda com o ministro da Saúde (Ricardo Barros) para que os vereadores entreguem o relatório confeccionado a partir desta reunião. Será o grito da Câmara de Cachoeiro".

 

O proponente da audiência pública informou que lida com pessoas que carecem do atendimento público de saúde e sofrem na espera. "Sempre estamos com pessoas que nos solicitam socorro, seja com pedidos para transferência ou outros. Estamos aqui neste evento colocando a nossa voz em ação, para que possa ecoar em favor dos hospitais", disse o vereador Delandi.