Está tramitando na Câmara de Cachoeiro de Itapemirim o projeto de lei, de autoria do vereador Osmar da Silva (PHS), que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de dispositivo que elimine o ar na medição do consumo de água. 

De acordo com Silva, a instalação do chamado bloqueador de ar vai evitar que o consumidor pague pelo ar que passa pela rede de água. 

"Estamos vendo vários casos pelo país de consumidores que estão sendo lesados. E esses casos ocorrem em cidades com geografia como a de Cachoeiro. Por isso, protocolizei esse projeto de lei", disse. 

Se aprovada, a proposta vai obrigar a concessionária do serviço de abastecimento de água no município, Odebrecht Ambiental, a instalar, quando solicitada pelo consumidor, equipamento eliminador de ar na tubulação que antecede o hidrômetro do seu imóvel. As despesas decorrentes da aquisição do equipamento e sua instalação ficarão por conta da concessionária. 

O texto prevê ainda que a instalação do equipamento deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias da solicitação feita pelo consumidor. E que, em caso de descumprimento, a concessionária pode ser multada em R$ 14.770,00.

As penalidades decorrentes ao não cumprimento serão aplicadas pela Agersa ou Procon. 

Em nota, a Odebrecht Ambiental alegou que os benefícios econômicos da utilização dos dispositivos chamados de "bloqueadores de ar" são duvidosos. "Esse tipo de equipamento não é homologado pelo Inmetro ou qualquer outro instituto de medição. O que se sabe é que a instalação desses artefatos representa um risco para a saúde pública. Primeiro, porque exige que mão de obra não qualificada mexa diretamente na rede de distribuição de água para a sua instalação. Depois, porque o material empregado na fabricação desses aparelhos não tem certificação para uso na rede. Em ambos os casos, há chance de contaminação da água que chega aos lares de Cachoeiro de Itapemirim", esclarece. 

A concessionária afirma que em Cachoeiro não existe ar em sua rede de abastecimento. "A eventual presença de ar nas redes de abastecimento pode ocorrer em situações de falta de água ou em casos de rodizio/racionamento, quando as redes ficam vazias". 

Em Cachoeiro, a Odebrecht Ambiental assegura que mantém a rede pressurizada e com disponibilidade plena de água. Além disso, após a realização de qualquer manutenção que interrompa o abastecimento, a concessionária diz adotar procedimentos operacionais que garantem a eliminação de possíveis impurezas que adentraram a rede durante os reparados, bem como do ar eventualmente admitido na rede durante esse processo. 

Dúvidas podem ser tiradas na sede da Odebrecht, no bairro Ilha da Luz, pelo site www.odebrechtambiental.com, ou telefone 0800 771 0001.