O vereador de Jerônimo Monteiro, Mitter Mayer (PP), de 23 anos, foi agredido e ameaçado de morte, durante um sequestro na noite desta terça-feira (27).

 

Mayer, único vereador de oposição da Casa de Leis do município, acredita que o crime esteja ligado a perseguição política que vem sofrendo desde que assumiu seu primeiro mandato, no ano passado. "Se a intenção era me calar ou me dar um susto, lamento, não adiantou".

 

O vereador contou à reportagem toda dinâmica do crime. Por volta das 19h30, Mitter foi abordado por dois criminosos em uma moto, na BR 482, próximo a Casa do Artesão. Ele seguia para uma reunião.

 

Um dos criminosos entrou no carro e sob a mira de uma arma de fogo, Mitter foi obrigado a dirigir até o município de Venda Nova do Imigrante. O outro suspeito, acompanhou o veículo durante todo percurso, dando cobertura. Lá, o vereador foi forçado a fazer um saque, em uma agência bancária que já estava fechada. "Eles disseram, 'entre nessa agência e saque algum dinheiro para nós'. Aquilo não era de fato um assalto, era uma simulação", afirma.

 

O criminoso, que estava abordo do veículo, lhe desferiu tapas e socos no rosto, além de fazer ameaças de morte à Mitter e a sua família. "A todo tempo ele dizia que tudo aquilo estava acontecendo por culpa das "merdas" que saiam da minha boca e que eu deveria ficar de boca calada.  Ele dizia que iria me matar, matar minha mãe e minha noiva. Meu mandato é uma ameaça à muitos, mas não vou me calar. Entrei na política para fazer diferente".  Foram 12h sob o domínio dos bandidos.

 

Por volta das 6h, desta quarta-feira (28), ele foi abandonado em uma estrada de chão, em uma mata fechada, na localidade de Sapucaia, em Venda Nova do Imigrante. Ele foi amarrado com arames, amordaçado com a própria gravata e deixado no banco de trás do veículo.

 

Moradores que passavam pelo local, socorreram o rapaz e encaminharam a um hospital da região.

 

O que chama atenção, é que nenhum pertence do vereador foi levado. Mitter passou por exames que comprovaram a agressão e encaminhou a denúncia à Polícia Civil, que vai investigar o crime.

 

Mitter diz enfrentar o poder Legislativo e Executivo do município, porém, não pode afirmar de onde teria partido o mando do crime. O vereador disse que comparecerá a sessão na tarde desta quinta-feira (1).