O presidente da Câmara de Cachoeiro, Júlio Ferrari (PV), vai manter o planejamento de instalar TV Câmara no município, mesmo em meio à crise financeira que o Legislativo municipal  atravessa. A dificuldade é tanta que a Casa estuda, até mesmo, reduzir o número de vereadores.

 "Não vou interromper o processo para a liberação de um canal para a TV Câmara apenas porque estamos com dificuldades financeiras atualmente. Pelo contrário: acredito que precisamos resolver as dificuldades financeiras, justamente para que possamos investir na Câmara", diz o presidente.

Ferrari defende a redução do número de vereadores como uma das medidas para racionar os recursos do Legislativo. "Podemos ter a mesma eficiência com menos vereadores", afirma.

A declaração foi feita ontem, depois que ele foi acusado de enviar desnecessariamente um funcionário para capacitação técnica na TV Assembleia.

 "A implantação de uma TV não condiz com a realidade da Câmara de Cachoeiro", dissera o vereador Jonas Nogueira, do mesmo partido do presidente.

Ferrari argumenta que o processo de liberação do canal digital se revelou demorado e burocrático, e, por isso mesmo, interrompê-lo agora seria um contrassenso.

 "Minha opção é seguir todos os trâmites, para que Cachoeiro um dia tenha a sua TV Câmara, mesmo que não seja em minha gestão. Vou colaborar da maneira que posso, pois acredito que será um grande benefício para a população".

Segundo o presidente, o servidor foi enviado em novembro para a Assembleia Legislativa através de um convênio de cooperação técnica. O objetivo é capacitá-lo a coordenar a elaboração do projeto técnico essencial para a liberação do canal, que é exigido pelas portarias 004 e 295, do Ministério das Comunicações, editadas em janeiro e agosto de 2014.

A ideia é que a TV Câmara, além de aprimorar a divulgação dos atos legislativos, coloque horários à disposição para veiculação de programas independentes produzidos em Cachoeiro por associações culturais e de moradores, entre outras entidades. 

 "Será uma TV que toda Cachoeiro poderá utilizar", planeja Ferrari. Não há estimativa oficial, porém, sobre quanto custará a instalação e manutenção do canal aos combalidos cofres da Câmara Municipal, que hoje gasta 70% do que arrecada com pagamento da folha salarial.