Senador critica "ativismo do Supremo" - Jornal Fato
Política

Senador critica "ativismo do Supremo"

Em resposta a Magno malta, a ministra do STF Rosa Weber, relatora do caso, assinalou que compete ao Supremo julgar a ação


Magno Malta denuncia a ditadura do STF cara a cara com a Ministra Rosa Weber - Foto: Divulgação

Senador da República Magno Malta, representante da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, afirmou que a atuação do Supremo Tribunal Federal em casos julgados recentemente fere a divisão de Poderes instituídos na República. Para Malta, não é papel da Corte Suprema definir se a interrupção da gestação é crime ou não.

"Nos últimos tempos temos assistido estarrecidos o ativismo judicial no país. Virou regra. O Supremo tem que cumprir apenas o seu papel de guardião da Constituição. Esse debate que aqui se dá é de parlamento", disse.

Em sua exposição na audiência pública realizada pelo STF, na terça-feira (07), sobre descriminalização do aborto, o parlamentar afirmou ainda que embriologistas, a Academia Brasileira de Medicina e documentos internacionais, como a Carta de Madrid e a Convenção Americana de Direitos Humanos, entendem como verdade científica irrefutável que a vida humana começa na concepção.

Esse entendimento, segundo Malta, desmonta o argumento e "os números mentirosos" trazido pelo Ministério da Saúde quanto ao tema.

Por fim, o senador observou que o Congresso Nacional não está omisso em relação ao tema e citou projetos de emenda à Constituição que tramitam nas duas Casas legislativas. "A posição do Senado é contrária à descriminalização por reconhecer o papel do Legislativo de fazer as leis".

Ela [Rosa Weber, relatora da ação] tinha logo dizer que não tinha competência, mandar para o arquivo e remeter para o Parlamento", disse após fazer exposição na audiência.

Para o senador, "criou-se a figura do parlamentar que não consegue aprovar as suas propostas nas comissões e nem no plenário e traz o recurso para o Supremo". Ele fez a afirmação ao conceder entrevista à imprensa em crítica a representantes do PSOL, partido que ingressou com a ADPF no STF.

 

Resposta

Em resposta, a ministra Rosa Weber assinalou que compete ao Supremo julgar a ação. "O Artigo 102 [da Constituição Federal] diz com todas as letras que ADPF será apreciada pelo STF na forma da lei". O debate durante a audiência visa dar subsídios ao relatório que Rosa Weber deverá apresentar. Não há data estabelecida.

À imprensa, o senador Magno Malta prometeu que caso o aborto venha a ser descriminalizado, a frente parlamentar apresentará propostas revendo a legislação e mantendo o aborto até a 12ª semana de gestação na ilegalidade.

Atualmente, o aborto é permitido em casos de estupro, gestação de anencéfalos e se a mãe corre risco de morrer.

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