Sem interesse na mesa diretora - Jornal Fato
Política

Sem interesse na mesa diretora

Cada um com suas razões, Higner Mansur e Rodrigo Sandi não querem cargos de comando


Fotos: Edgard Baião/ Dayane Hemerly

 

Em meio à disputa pelo comando da Câmara de Cachoeiro de Itapemirim, ao menos dois vereadores eleitos atuam de forma despreocupada em relação a assumir posição na Mesa diretora: Rodrigo Sandi (PTN) e Higner Mansur (PSB). São dois a menos na disputa pelos cargos de presidente, vice-presidente, primeiro e segundo secretários, para o biênio 2017- 2018. A eleição acontece em primeiro de janeiro.

 

Ambos estão relacionados com componentes do grupo majoritário de 13 vereadores que, se quisesse, poderia impor mesa diretora exclusivamente composta por parlamentares deste campo, mas não estão preocupados com isso.

 

Sandi foi eleito pela primeira vez. Antes atuou como líder comunitário no Zumbi, sua base eleitoral, e também em cargos públicos. Tem visão de que deve aprender primeiro a ser vereador na prática, para só depois, se for o caso, buscar qualquer posição de comando.

 

Por esse aspecto, Mansur, que, aos 22 anos foi chefe de gabinete do ex-prefeito Hélio Carlos Manhães, é advogado e já foi vereador por um mandato inteiro e quatro meses em outro, tem a experiência de sobra para qualquer posição na mesa, mas também abdica, não apenas de cargos, como também de articulações eleitorais.

 

"Não pertenço nem ao Grupo dos 12 (não é Grupo dos 13, como se divulga indevidamente) nem ao Grupo dos 6; considero que ambos têm legitimidade para discutir coisas públicas, como, por exemplo, a composição da mesa da Câmara, vez que isso é uma das prerrogativas do eleito", diz embora já tenha candidato a presidente. "Se ele for candidato, voto no Alexandre Bastos, que é do meu partido. Se ele não for candidato, na hora oportuna, escolherei o candidato no qual votarei", encerra.

 

Rodrigo Sandi também assumiu o mesmo compromisso em relação a Alexandre. Porém, diferente de Mansur, participa ativamente das reuniões do grupo. Não faz objeção à conciliação entre os 19, mas demonstra que ficou bastante incomodado com a postura do sexteto, que tem apresentado, publicamente, proposta como o corte de despesas e outras para a gestão da Câmara.

 

"Fazem isso como se representassem a renovação e os 13 não. Mas, basta olhar a composição dos grupos e se verá que dos 12 eleitos que não compõem a câmara atual, sete estão aqui (no grupo dos seis há um reeleito"), diz ele. Sandi acredita que é mesmo necessário reduzir as despesas do Legislativo, mas não aceita que se culpem, exclusivamente, os assessores dos vereadores. "Precisa fazer um estudo e rever tudo", resume.

 

Comissão

 

Mansur, tem "o máximo interesse em ser membro da Comissão de Constituição e Justiça, que não tem qualquer vantagem, mas tem muito trabalho - examina todos os projetos de lei apresentados. Espero que o Grupo dos 12, junto com o Grupo dos 6, não impeça isso, não por mim, mas por minha experiência pública na Câmara Municipal e em leis. Não custa lembrar que, na última vez que fui vereador, não me deixaram participar dessa importante comissão".

 

Vereador quer mudar a imagem do Zumbi

 

A expectativa do vereador Rodrigo Sandi é fazer do bairro Zumbi, o mais populoso de Cachoeiro e com carências estruturais gritantes, um espelho para as demais comunidades periféricas. Suas preocupações vão desde do descarte correto do lixo à imagem de bairro violento.

 

"Temos muitas coisas boas no bairro: manifestações culturais, atletas de sucesso nacional, como o jogado Yago, do Vasco, e meu irmão, Marcos Sandi, que joga handebol pelo Pinheiros. Temos que inspirar a nossa juventude em exemplos como estes, mas também capacitá-la para que consigam espaço no mercado de trabalho. O Zumbi tem tudo, inclusive, para ser ponto de atração turística. Temos vistas lindas do alto do Morro das Andorinhas e do Alto Eucalipto", diz ele que pretende movimentar a comunidade e buscar parcerias para mudar a cara e o conceito sobre o bairro.

Comentários