Rodrigo deixa o grupo de Casteglione - Jornal Fato
Política

Rodrigo deixa o grupo de Casteglione

Deputado diz que não sente confiança plena do grupo em si e anuncia saída


Enquanto a oposição ao PT ensaia discurso de unidade para as eleições do ano que vem, dentro do partido a coisas andam confusas. A certeza de que o deputado estadual Rodrigo Coelho seria o candidato petista na sucessão do prefeito Carlos Casteglione já não existe. O racha no partido está cada vez mais evidente.

 

O ponto máximo da tensão se deu depois que o ex-presidente do diretório municipal José Irineu renunciou ao cargo para cuidar da saúde. Nesta semana, a Articulação Socialista (AS), uma das correntes internas do PT, se reuniu e definiu o nome do vereador Professor Léo como o substituto nos dois anos que restam de mandato.

 

A AS, majoritária no partido, reúne o prefeito e o deputado. Ou melhor, reunia. Rodrigo anunciou, ontem, que está deixando a tendência. Ele conta que não foi convidado a participar da discussão.

 

"Apenas depois é que me consultaram, mas, aí, não se trataria de uma opinião. Qualquer outro nome que eu desse representaria um veto meu ao Léo, o que não me cabe fazer. Ao não me levar em consideração, percebo a mensagem implícita é de que não há confiança plena do grupo em mim", avalia.

 

Casteglione também não participou da reunião, mas nela estavam a secretária de Governo, Mara Tosado, o diretor de Articulação Comunitária, Fernando Mastela, e o ex-presidente da Agersa, Luiz Carlos de Oliveira e Silva, que compõem o núcleo mais próximo de conselheiros do prefeito.

 

Embora a ascensão de Léo pareça indicar também o aumento da possibilidade de ser ele, e não Rodrigo, o candidato a prefeito de Cachoeiro em 2016, Casteglione diz que o assunto não está em discussão e que o deputado seria a opção do partido para a disputa. "Não muda nada", assegura.

 

Mas, para Rodrigo muda, sim. "Eu jamais manifestei ser candidato e nem o PT jamais se manifestou neste sentido. Meu foco está em cumprir meu mandato de deputado estadual, com todos os desafios e conquistas. Em meio à insatisfação popular com os políticos, cabe a nós cumprir os mandatos que nos deram".

 

 

Ferraço

Rodrigo Coelho não se abalou com a decisão do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), de não apoiá-lo - mesmo que troque de partido - em uma eventual disputa pela Prefeitura, como se chegou a especular.

 

"Pessoalmente, respeito o Ferraço e pretendo continuar a nutrir uma boa relação com ele. Não precisamos ser inimigos. Politicamente, creio que seja inapropriado antecipar o debate eleitoral. Na Assembleia, para qualquer ação conjunta em favor de Cachoeiro, vou continuar a procurá-lo. É essa atuação que aqueles que nos elegeram esperam e cobram de nós".

 

Sobre a possibilidade de mudar de partido, Coelho é pragmático. "Há impedimento legal. Perco meu mandato se fizer isso".

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