Prefeitura vai ter que poupar R$ 12 milhões - Jornal Fato
Política

Prefeitura vai ter que poupar R$ 12 milhões

Claudio Pazzeto vai precisar adotar medidas severas para enquadrar o município à necessidade de austeridade


Duas semanas após assumir a prefeitura de Vargem Alta, o prefeito interino Cláudio Pazzeto (PR) já tem a perfeita noção do abacaxi que tem nas mãos. A Prefeitura tem até dezembro para economizar R$ 12.181.631,12, número que cita de cor, até os centavos, para evidenciar a gravidade da situação.

 

Cláudio deverá permanecer no poder até o final de novembro, quando expira o afastamento cautelar do prefeito João Bosco Dias, o Bosquinho (PSB) - com quem já rompera -, que é acusado de participação em esquema de fraudes em licitações. Até lá, pretende por a casa em ordem.

 

A folha de pagamento supera o limite prudencial, de 51,3%, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e consome 54,5% da arrecadação mensal, que gira em torno de R$ 3,8 milhão. São mais de mil servidores contratados e 500 efetivos.

 

Para corrigir tamanha distorção, cortes deverão ser feitos, mas o número de demissões não está fechado. Vai depender dos entendimentos que pretende ter com a Câmara, sindicatos de classe e associação comercial, dentre outras entidades da sociedade civil organizada.

 

Mas, algumas medidas de menor impacto social já são tomadas. O controle sobre o gasto com combustíveis se tornou rígido. Tanto que, mesmo com a prefeitura funcionando diariamente em período integral - antes era só meio expediente -, estima-se redução entre 20% e 25%.

 

As festas também estão suspensas a partir de segunda-feira(19). A exceção será a da comunidade de Paraíso, que já estava contratada. E só terão continuidade as obras sobre as quais não pesar qualquer indício de irregularidade. Licitações em modalidade de carta-convite também estão fora de cogitação. "Não faremos nada que possa gerar qualquer dúvida".

 

Pazzeto tem trabalhado muito. "Só no último domingo foram 12 horas e meia". Entre despachos e visitas técnicas, encontrou tempo para remontar o secretariado, unificou as pastas de Administração e Finanças e também já definiu que vai extinguir 10 subsecretarias e um cargo de assessor especial, remunerado como secretário.

 

Ele também tem dormido pouco. As dificuldades lhe fazem perder o sono. "Por volta das 3 horas da madrugada começo a disparar os primeiros torpedos para os secretários. Minha cabeça está a mil. A responsabilidade é grande, mas vou fazer um grande trabalho pela minha cidade". 

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