A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim emprega atualmente 7.159 servidores. O número, revelado ontem ao FATO, é maior do que os sete mil, apontados pelo presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian, em denúncia que pedia a cassação do prefeito Carlos Casteglione (PT).

 

Segundo Jonathan, o inchaço inviabiliza a concessão de reajustes salariais aos servidores. Na semana passada, o prefeito anunciou apenas 3,5%, que não repõe a inflação dos últimos 12 meses, quase três vezes maior.

 

Dos mais de sete mil funcionários,apenas 3.161 são efetivos, ou seja, passaram por concurso público, 3.653 são contratados temporariamente, 314 são comissionados e 31 atuam como estagiários.

 

A folha de pagamento dos servidores do mês de maio deste ano foi fechada em R$ 12.209.990,51. Na soma de 12 meses, incluindo o 13º salário e férias, a despesa com o funcionalismo público ultrapassa R$ 170 milhões. Os valores chegaram a 51,22%, porém, ainda não foram consolidadas as despesas das Administrações Indiretas.

 

No primeiro quadrimestre de 2015, o montante pago aos servidores municipais, segundo balanço da prefeitura, comprometeu 49,90% da Receita Corrente Líquida, incluindo as Administrações Indiretas: Ipaci e Agersa.

 

Dos R$ 12,2 milhões pagos aos servidores em maio, R$ 5.463.730,53 foram destinados aos funcionários da Educação, R$ 2.731.126,94 para a Saúde, e os diretos receberam R$ 4.015.133,04.

 

A Secretaria Municipal de Administração informou que "a quantidade de servidores públicos que atua em Cachoeiro, no Executivo, é proporcional aos serviços públicos ofertados. Os funcionários do quadro atual são importantes para a manutenção desses serviços em sua totalidade", disse.

 

Polêmica

O número real de servidores da prefeitura de Cachoeiro gerou dúvida entre os vereadores do município na semana passada, quando o Legislativo teve que decidir se abriria ou não uma Comissão Processante contra Casteglione, com base em denúncias feitas pelo presidente do Sindimunicipal.

Como o portal da transparência está atualizado desde julho do ano passado, não é possível saber o número de servidores através do site do município.

O vereador Jonas Nogueira (PV), da base aliada ao prefeito, tentou justificar o quantitativo, e disse "que os números apresentados pelo sindicalista poderiam ser controversos, pois teria funcionário como no cargo, por exemplo, de professor que trabalha em dois turnos e estaria sendo contabilizado como se fossem dois servidores".