Porto de Gamboa atrasa, mas vai sair, diz governo - Jornal Fato
Política

Porto de Gamboa atrasa, mas vai sair, diz governo

No Facebook Patinho (PHS) publicou carta sobre o assunto



Wanderson Amorim

O vereador de Itapemirim Leonardo Fraga Arantes, o "Patinho" (PHS), publicou uma carta domingo, em rede social na internet, na qual afirma que a cidade perdeu investimentos bilionários e deixará de gerar milhares de empregos, pelo fato de a empresa C-Port Brasil Logística Offshore, do Grupo Edison Chouest, ter desistido de instalar porto na Praia da Gamboa.

A informação divulgada pelo vereador gerou bastante polêmica e críticas, mas foi desmentida, pela Prefeitura Municipal e pelo governo Estado, na tarde de ontem.

Num trecho da carta aberta, Patinho faz duras críticas à administração de Itapemirim. "É um absurdo! É um verdadeiro descalabro! Itapemirim está entregue nas mãos de pessoas que não sabem fazer o básico. O que temos são festas e mais festas. E, como já demonstramos aqui (no Facebook), com fortíssimos indícios de superfaturamento.
A incompetência de gestão é gigantesca, a ponto de ninguém conseguir fazer nada para impedir a perda desse investimento, mesmo tendo sido avisados há quase um ano".

O secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery de Rossi, ficou surpreso com as críticas do vereador itapemirinense. Segundo ele, não existe possibilidade da empresa não se instalar no município.

"Essa informação não procede. O que acontece é o seguinte: o processo de instalação estava em um ritmo de velocidade que acabou reduzido nos últimos meses. Em 2013, a empresa conseguiu a licença prévia. Em julho de 2014, a licença de instalação. E já possui a licença ambiental. O Estado tem contribuído para a instalação do Porto de Gamboa, tanto que melhorou as rodovias para dar mais acessibilidade. A parte das desapropriações compete à Prefeitura e está sendo realizada, mesmo com algumas resistências por parte dos proprietários de terras. A previsão era que o porto começasse a operar no início de 2016. Mas, a princípio, não vai, devido a alguns impasses", afirma Rossi.

Ainda segundo o secretário estadual, a C-Port Brasil Logística Offshore vai iniciar suas atividades no Porto do Açu, em São João da Barra, Norte do Rio de Janeiro. "A operação vai começar por lá porque a empresa tem compromissos com alguns clientes e precisa atendê-los o mais rápido possível para não perder negócios. O espaço no Porto do Açu é arrendado, por isso é mais caro. O mercado do petróleo está em grande expansão no Espírito Santo e em um espaço curto de tempo eles estarão operando aqui, pois o porto será da própria empresa e o custo, bem menor do que no Rio de Janeiro. É como se estivéssemos construindo um apartamento e tivéssemos que alugar um imóvel para morar temporariamente", diz.

 

Secretário municipal rebate vereador 

No Facebook, Leonardo Fraga Arantes afirma que "Itapemirim perdeu um investimento de R$ 3 bilhões e mais de 1.500 empregos diretos e indiretos, só na fase de construção. Lá, ou melhor, aqui do lado, nosso vizinho São João da Barra, só no primeiro embarque, arrecadou de ISS R$ 400.000,00".

Essa afirmação foi desmentida pelo secretário municipal de Projetos Especiais e Desenvolvimento Estratégico, Fábio Araújo.

Segundo Araújo, a C-Port Brasil Logística Offshore vai investir R$ 1,1 bilhão no Porto de Gamboa, que irá gerar em sua construção 1.600 vagas. Durante a operação, serão 450 empregos diretos, totalizando cerca de duas mil contratações diretas e indiretas.

Na rede social, o secretário de Itapemirim deu resposta à carta aberta do vereador, a qual taxou de "imprecisa", prometendo - em contrapartida - esclarecer, "à luz da ótica técnica e não política", as razões para o atraso do empreendimento, "que está mantido".

Araújo acusa que, em 2006 - portanto, na gestão municipal anterior -, houve alteração irregular no Plano Diretor Municipal. Por causa disso, o Ministério Público propôs ação civil pública em que pleiteia a suspensão das licenças prévias municipais emitidas em 2012 e renovadas em 2013, relativas ao projeto do porto. 

"Estamos dando curso aos ajustes necessários no corpo da lei, dando ciência e promovendo reuniões com o Ministério Público Estadual para solucionar de forma pacifica uma herança recebida, assim como promovendo ajustes no corpo diretivo do Conselho do Plano Diretor Municipal, visando, sobretudo, dar o caráter legal nos seus deferimentos nas mudanças necessárias assim como atender ao MP no que diz respeito a audiências públicas previstas na lei, até então não observada", garante o secretário de Desenvolvimento.

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