MP arquiva citação a Rodrigo Coelho na Lava Jato
Com a decisão, Rodrigo não figura sequer entre os investigados, pois não pediu ou recebeu dinheiro da Odebrecht
O Ministério Público Estadual indeferiu a instauração de Processo Investigatório Criminal sobre o deputado estadual Rodrigo Coelho (PDT), por não ter encontrado indícios de que tenha pedido ou recebido propina para disputa eleitoral de 2014. Com a decisão do Ministério Público, Rodrigo não figura sequer entre os investigados e mantém limpa a sua ficha. Num dos trechos, o Ministério Público considera que "o levantamento do sigilo se deu de forma prematura permitindo o perecimento forçado de provas (campo das suposições)".
O nome de Rodrigo foi citado pelo delator Renato Amaury Ribeiro, ex-diretor regional da Odebrecht, em depoimento em vídeo que veio à tona em abril do ano passado. Ele acusa Carlos Casteglione e o advogado José Irineu - ambos do PT, de terem solicitado R$ 2 milhões para eleger o deputado estadual Rodrigo Coelho, nas eleições de 2014.
O deputado capixaba, no entanto, jamais esteve com Amaury e sempre garantiu que não recebeu ou autorizou qualquer pedido de dinheiro em seu nome. O processo, no entanto, continua em relação ao ex-prefeito de Cachoeiro e ao ex-presidente do PT.
A delação
Segundo Amaury , R$ 640 mil foram pagos, em três parcelas. A primeira no final de 2013, no valor de R$ 240 mil, e as outras duas, de R$ 200 mil, até a metade do ano da eleição. O recurso seria oriundo de departamento de operações estruturadas, uma espécie de central de propinas montado para irrigar campanhas eleitorais e o bolso dos políticos de maneira criminosa.
O delator revel o pedido lhe foi feito pessoalmente, numa reunião no edifício Office Tower, em Vitória, na única vez em que esteve pessoalmente com Casteglione, na época prefeito de Cachoeiro, e Irineu, que presidia o diretório municipal do PT, a pedido dos políticos cachoeirenses.