O deputado federal Givaldo Vieira vive novo momento. Após 29 anos no PT, partido que já presidiu "e sempre foi ponta de lança", está de casa nova: filiou-se ao PC do B, e já é presidente estadual.Ao longo de sua trajetória na Câmara Federal, deu apoio e defendeu o legado dos governos de Lula e Dilma e resistiu ao impeachment dela, ao qual taxa de golpe.

O que não suportou, foram os embates internos no PT capixaba, que o colocaram em rota de colisão com o ex-prefeito de Vitória, João Coser, líder do campo majoritário do partido, que hoje se alinha ao governo estadual enquanto o deputado é contra.

Givaldo trocou de partido em decisão amadurecida junto às bases ao longo de um ano.Porém, manteve as bandeiras que são as tradicionais de esquerda: a defesa dos trabalhadores e das minorias.Além da oposição ao governo Temer "e sua política liberal, de estado mínimo e retirada de direitos".

É principalmente com esse público, formado por pescadores, artesãos, trabalhadores rurais e sem-terra, catadores de recicláveis, que Givaldo conversa nas reuniões que faz pelo estado. Como ontem, quando esteve em Marataízes, Mimoso do Sul, e Cachoeiro de Itapemirim, cumprindo extensa agenda de compromissos do mandato e políticos. Mesmo as emendas parlamentares que faz, são distribuídas com esse viés, destinadas aos 78 municípios capixabas.

Como todo político tradicional -  há 20 anos ocupa cargos políticos"mantendo a ficha limpa", como faz questão de frisar - sabe que o atual acirramento não é propício ao contato pessoal com o eleitor em geral. Por isso, estrategicamente, forma grupos de apoiadores que possam multiplicar suas mensagens, inclusive nas redes sociais.

Givaldo foi vice-governador do Espírito Santo entre 2011 e 2014, período no qual acredita ter desenvolvido visão apurada sobre o desenvolvimento. De maneira resumida, aponta a implantação de estrutura -porto, ferrovia, rodovias e aeroporto -  como fator fundamental para fazer o sul do estadose recuperar do declínio econômico de anos.

Entretanto, crê que não seja trabalho para apenas um deputado, uma bancada ou mesmo um governo, mas sim da junção de todos e de boa articulação junto ao governo federal para possibilitar que algo tão grande seja realizado. É o que se propõe a fazer, é claro, num hipotético novo mandato, "quando o golpista Temer" já não estiver no comando.