A falta de estrutura e a inserção precoce de crianças e adolescentes no tráfico de drogas foram os temas abordados pela Comissão de Política Sobre Drogas, presidida pelo deputado estadual Marcelo Santos (PMDB), na manhã desta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa.

 

Pelo menos 40 representantes de vários municípios do Estado relataram as dificuldades que enfrentam no dia a dia para desempenhar a função de conselheiro tutelar. Muitos disseram que não possuem o apoio dos municípios, inclusive, trabalham em espaços físicos reduzidos, sem nenhuma condição de oferecer um atendimento digno ao público.

 

Em alguns casos a sede do conselho tutelar tem apenas duas salas, sofre com a falta material de escritório e até água potável.

 

Os conselheiros ainda enfatizaram que em algumas ocasiões não conseguem trabalhar de forma conjunta com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), pois esses órgãos nem sempre possuem assistentes sociais e psicólogos para acompanhar as crianças e sua família.

 

 

Drogas

Uma unanimidade relatada pelos conselheiros está o alto índice de crianças e adolescentes que se envolvem de forma precoce com o tráfico de drogas. Inclusive, eles destacaram que muitos desses jovens têm o consentimento da família, pois muitas vezes é a renda utilizada para manter a casa.

 

Diante desse fato uma conselheira afirmou que se sente impotente na sua função e relatou que em alguns casos a própria polícia não tem condições de exercer seu papel, pois faltaria, inclusive, combustível para que os militares possam atuar e colaborar com o conselho tutelar.

 

"A gente se sente tão impotente. Como um conselheiro vai sair de casa de madrugada, sozinho, para atender três, quatro adolescentes de 15, 16 anos. Eles são maiores que nós. Aí tem gente que ainda fala que conselheiro tutelar não faz nada", desabafou uma conselheira.

 

Presidente da Comissão de Política Sobre Drogas o deputado Marcelo Santos solicitou que os representantes dos conselhos tutelares de todo o Estado, passem suas demandas prioritárias para a Comissão. O objetivo é colher informações e repassá-las aos órgãos competentes para que medidas mais rápidas e eficazes sejam adotadas em favor dos Conselhos.