Escolas ficam até 2 semanas sem carne - Jornal Fato
Política

Escolas ficam até 2 semanas sem carne

De acordo com servidores públicos, o arroz está acabando e, com isso, a merenda é racionada


Servidores públicos dizem que há racionamento de merenda (Foto: Divulgação)

 

A carne para a merenda escolar começou a ser distribuída nesta quarta-feira (24) nas escolas da rede municipal de Cachoeiro de Itapemirim. A compra foi realizada em caráter de emergência, com dispensa de licitação, embora a prefeitura tivesse estoque garantido pelos três primeiros meses. Ainda assim, alguns colégios ficaram suas semanas sem carne, como foi o caso da EMEB Áurea Bispo Depes, no bairro Vila Rica.

 

São muitos os servidores do setor da educação da prefeitura denunciando casos semelhantes, porém todos preferiram o anonimato, temendo retaliações. Integrantes do Conselho Municipal da Merenda Escolar informaram que houve erro na entrega da carne de frango, comprada a quilo, porém chegou a granel - a prefeitura devolveu à empresa.

 

Foram adquiridos 16 mil kg de carne de frango, no valor de R$ 91,2 mil, com a Distribuidora Centro Sul Eirelli; e R$ 162.870,00 em carnes bovina e suína com a BH Foods Comércio e Indústria LTDA. Durante o tempo sem o alimento, a prefeitura informou que havia a substituição por outra proteína.

 

Arroz

 

Os servidores públicos municipais denunciaram que o problema da falta de merendas nas escolas de Cachoeiro não está associado somente à falta de carne, mas também na falta de reposição do arroz por parte do poder público. Em alguns colégios, a informação é de que os gestores compram com o próprio dinheiro.

 

Em uma unidade de ensino, o funcionário disse que tem que fazer três quilos de arroz ao invés de quatro quilos e meio para o mesmo número de alunos, porque acabou o alimento. Outra informação é de que há orientação para racionar.

 

"Infelizmente, tem mais de um mês que recebemos visitas regulares do setor de alimentação, para ficar contando a comida. Chegam na entrada, acompanham desde a feitura, até que seja servido e lavados os pratos. Mandam reduzir a colherada de comida. Aí, a criança repete, mas poucas conseguem... A falta de merenda se refere a racionamento, sim".

 

Uma professora disse que se emocionou porque um aluno queria repetir a merenda, mas uma suposta recomendação naquela unidade de ensino não teria permitido. Há casos em que a merenda é a principal alimentação de algumas crianças. No entanto, a suposta proibição de repetição foi negada pela Secretaria de Educação, que orientou comunicação à Ouvidoria da pasta para verificação.

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