Distribuição de dinheiro na Câmara levanta suspeita - Jornal Fato
Política

Distribuição de dinheiro na Câmara levanta suspeita

Em meio à discussão do projeto polêmico sobre subsídio, aparentes pagamentos feitos à claque favorável à medida chama atenção de vereadores


A distribuição de dinheiro ocorreu na saída da Câmara, por volta das 18h30 de terça-feira - Arquivo/FATO

Em meio à discussão do polêmico projeto de lei 138/2018, que autoriza o município a subsidiar o Serviço de Transporte Coletivo Municipal em R$ 0,15 sobre o valor da tarifa urbana praticada, retroativo a 1º de janeiro, um vídeo suspeito chamou a atenção dos vereadores. A gravação, do circuito interno da Casa de Leis, foi encaminhada à corregedoria.

Nela, acontece a aparente distribuição de dinheiro, na saída da Câmara, entre pessoas que estiveram na sessão da última terça-feira (27), para apoiar a aprovação. Na oportunidade, o tema entrou em primeira discussão. Queriam que a votação fosse realizada naquele dia, mas os vereadores não atenderam.

Para o presidente da Casa, Alexandre Bastos (PSB), a situação gera incômodo, mas não deve alterar a tramitação do projeto, que não tem votação prevista para esta terça-feira (4), mas pode ser incluído na pauta, a pedido do líder do Executivo, caso o plenário aprove. "Qualquer distribuição de dinheiro nas dependências da Câmara deve ser investigada", diz o presidente.

Caberá à corregedoria definir quais procedimentos serão adotados. O vereador Braz Zagotto (SD) é o corregedor, mas diz que apenas nesta terça-feira receberá o vídeo e o pedido de apuração formalmente. Só então, decidirá o que fazer, o que inclui, até, a recomendação para que a votação não ocorra enquanto tudo não restar esclarecido. As imagens não foram liberadas para a imprensa.

Perguntado se as pessoas que, aparentemente, receberam dinheiro tinham relação com o projeto em pauta ou exerceram alguma pressão sobre os vereadores, o presidente da Casa disse que não conhece a maioria, mas que estavam entre os que aplaudiam os pronunciamentos favoráveis à concessão do subsídio.

Considerado polêmico, desde que foi protocolado no Legislativo, em 23 de outubro, o projeto do prefeito provocou debate entre os vereadores e nas redes sociais, tendo sido também tema de audiência pública realizada pela Câmara.

Durante toda a sessão ordinária da última terça-feira, foram muitos os pronunciamentos dos vereadores sobre a questão do subsídio, com declarações de apoio, dúvidas e questionamentos.

O impacto anual sobre as contas públicas é de R$ 1,68 milhão. O objetivo, com o subsídio, é viabilizar o sistema de transporte coletivo, sem que o preço da passagem aumente muito. Com salários atrasados desde setembro, funcionários pressionam e ameaçam fazer greve caso a proposta não passe.

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