Casteglione, dois meses depois - Jornal Fato
Política

Casteglione, dois meses depois

Combater o desemprego, ajudar prefeituras e driblar a falta de recursos são os desafios na pasta de Trabalho e Assistência Social


Foto: Arquivo/Fato

 

Dois meses depois de deixar a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, após oito anos de mandatos, Carlos Casteglione (PT) assumiu a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social. A nomeação surpreendeu a seus desafetos. Muitos o davam como politicamente sepultado após sair em baixa da chefia do Executivo cachoeirense.  O novo cargo, no entanto, dá sobrevida e pode dar visibilidade.  

 

A baixa popularidade ficou evidenciada na pífia votação que o candidato do partido teve nas últimas eleições municipais, em que não alcanço 2% do eleitorado.  Para o petista, mais reflexo do ápice da rejeição nacional ao PT, partido do qual é fundador no município, do que da gestão que fez ao longo de oito anos.

 

Com o cenário desfavorável, imediatamente após deixar a Prefeitura, Casteglione mergulhou. Voltou a seus afazeres como servidor concursado do Governo do Espírito Santo e deu expediente na Superintendência Regional de Saúde. Sua função era monitorar os exames marcados, para evitar que os pacientes não comparecessem no dia.

 

O sistema fora informatizado em sua gestão para impedir que pacientes fossem colocados mais à frente ou atrás na fila de espera, se valendo do tráfico de influência política. "Foi uma satisfação ver, do outro lado, algo que implantei funcionando tão bem", diz o ex-prefeito.

 

INDICAÇÃO

 

O ex-prefeito diz que não fez nenhum movimento para se tornar secretário. Nem precisava. É aliado do governador Paulo Hartung (PMDB), mas reconhece a proximidade "racha de cima a baixo o PT". A sigla, que vive caso de amor e ódio com o governador tem a maioria ainda hartunguista, embora menor do que no início da gestão, em 2015.

 

Casteglione ainda se reacomoda na pasta, que também ocupou no segundo mandato do atual governador. Todavia, já tem muito claros os objetivos a serem alcançados: geração de empregos e apoio aos municípios.

 

Para isso, conta em sua equipe com velhos conhecidos dos cachoeirenses: Nilcéia Pizza e Mara Tosato, ex-secretárias municipais de Assistência Social e Governo, respectivamente, em sua gestão na Prefeitura.

 

RECURSOS

 

Sem tantos recursos - houve cortes no orçamento para esse ano -, acredita que sua maior contribuição na área de Assistência Social será ajudar os municípios a prestar contas dos recursos que recebem - ação fundamental para que continuem a receber. A maioria da verba é de fundo ao fundo - ou seja, direto do caixa estadual para o municipal.

 

"É primeiro ano de mandato dos prefeitos. A maioria ainda está tomando pé da situação e novos projetos devem demorar um pouco. Neste cenário, os recursos que há, serão suficientes. Para 2018, com base no que for feito neste ano, vamos tentar aumentar".

 

DESEMPREGO

 

A urgência maior, crê o secretário, é geração de empregos. O Espírito Santo fechou 2016 com 13,6% da população economicamente ativa desempregada, ou seja, 278 mil capixabas. Para reverter esse quadro, Casteglione tenta fomentar a geração de emprego a partir do próprio governo.

 

Busca entendimento com secretarias que possam ajudar neste sentido, como a de Obras, apostando no aproveitamento da mão de obra capixaba nas construções governamentais. Além de medidas tradicionalmente aplicadas, como a qualificação da mão-de-obra para o mercado de trabalho. 

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