?Só uma coisa, construir novo caminho? - Jornal Fato
Política

?Só uma coisa, construir novo caminho?

Governador pede abertura de espaço para o diálogo de lideranças e a geração de empregos


 

O governador Paulo Hartung defendeu a organização econômica e a tolerância como caminhos frente à crise econômica e política nacional. O governador falou sobre o assunto na sexta-feira (22), logo após conhecer uma fábrica de roupas instalada dentro de um presídio de Vila Velha. Ao responder sobre a temática nacional, Hartung comentou que o embate das forças políticas brasileiras acabou sendo assunto até de uma das conversas que manteve com os detentos durante sua visita.

 

"Ele (um detento) me perguntou: governador, está muito difícil? Eu respondi: está muito difícil!", descreveu. "Não vou entrar na brigalhada do país, isso não ajuda nada", disse. "Não adianta pegar nessa corda esticada. O que eu preciso é estar fora dessa brigalhada e permanentemente, igual água mole em pedra dura, ficar ali defendendo uma agenda nova para o país", complementou.

 

Hartung acredita que o Governo Federal deve implementar esforço de organização fiscal para reequilibrar as contas e abrir espaço para novas frentes de investimento, criação de empregos e a recuperação da credibilidade interna e externa do Brasil. Além disso, elencou os investimentos na educação básica como fundamentais na busca de um país mais competitivo. "Só tem uma coisa a fazer, construir um novo caminho, outra agenda que cuide da reorganização das finanças do Governo Central. Enquanto o Governo Central não reorganizar suas finanças, o país não vai conseguir retomar a credibilidade", avalia.

 

Diálogo

 

Hartung também falou sobre o momento de "intolerância" nacional e frisou que a democracia e liberdade passam por uma sociedade que respeita os diferentes. "Mesmo discordando de um vizinho, respeitamos o pensamento dele", exemplificou. "Que a gente supere esse momento de tanto ódio. Tem muito ódio e intransigência, isso não vai ajudar", ponderou.

 

Mesmo destacando que permanece como governador do Estado - seu nome foi cotado para integrar o ministério de Michel Temer caso Dilma Rousseff de fato sofra o impeachment -, Hartung se mostrou aberto para contribuir no processo de retomada de diálogo das lideranças brasileiras. "Se precisar do Paulo Hartung para ajudar a construir essa agenda, para colocar no lugar do ódio, entendimento, pode contar comigo, estou à disposição. Meu trabalho principal é cuidar das contas e não o Estado se deixar desorganizar, mas, ao mesmo tempo, tenho participado do debate nacional", comentou.

 

Entendimento

 

O governador lembrou que Brasil vem em um "descaminho econômico desde 2011/2012". Seu entendimento é que a crise econômica puxou a crise política que se agravou depois da última eleição presidencial. "O país ficou dividido, metade de um lado, metade do outro. Infelizmente quem ganhou a eleição não entendeu o que se passava e não fez gestos para reunificar o país. E quem perdeu, talvez pela falta do gesto de unificação, também não desceu do palanque", lembrou.

 

"Acredito que meu papel, como governador do Estado, é defender o entendimento do país e buscar uma agenda que seja majoritária que una o país. Pode ter oposição a essa agenda, problema nenhum, é da democracia. Mas precisamos de uma boa agenda para tirar o país desse atoleiro", concluiu.

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