?Nunca pensei em não realizar o carnaval?, diz prefeito Tininho - Jornal Fato
Política

?Nunca pensei em não realizar o carnaval?, diz prefeito Tininho

Findou o carnaval e nas cinzas foi possível perceber que não houve nenhuma ocorrência grave


"Tinha certeza de que a gente faria um carnaval tranquilo" 

 

Leandro Moreira

 

Com 81 guardas municipais, 35 profissionais da segurança armada e a garantia de policiamento de 45 militares, o prefeito de Marataízes, Tininho Batista (PRP), decidiu manter a realização do carnaval no município, diferentemente de todas as prefeituras litorâneas do sul do estado. 

 

Até o sábado (25), o estado vivia a aflição provocada pelo ausência da Polícia Militar nas ruas, em decorrência dos protestos realizados pelas esposas dos policiais impedindo a saída de viaturas dos batalhões. 

 

Porém, com o pedido dos comerciantes, que têm nesta época do ano um faturamento extra considerável; e a certeza de não expor um posicionamento de fragilidade no setor da segurança, Tininho colocou na rua mais de 20 blocos e bandas de fanfarra em uma festa que começava às 10h e ia até às 22h. Findou o carnaval e nas cinzas foi possível perceber que não houve nenhuma ocorrência grave. 

 

Segue entrevista com o prefeito, que irá manter o mesmo estilo de carnaval no próximo ano.

 

Quando o senhor viu que os municípios vizinhos cancelaram a programação de carnaval por conta do problema estadual na segurança pública, em algum momento pensou em fazer o mesmo? Temeu algum risco? 

 

Nunca pensei em não realizar o carnaval. Medo, não, porque já tive a experiência 15 dias antes do carnaval de encarar a falta da Polícia Militar em nosso município. Temos uma Guarda Municipal destemida, corajosa, bem preparada e bem conduzida. Tinha certeza de que a gente faria um carnaval tranquilo. Até mesmo, porque há bom relacionamento entre a Guarda e a PM. Temos contato direto com o Major Simas e nunca deixamos de ter apoio da PM, de forma direita ou indireta. 

 

O que mais pesou na sua decisão de levar adiante o carnaval? 

 

A partir do momento que se anuncia que não vai fazer o evento por medo de baderna, está abrindo as portas do município para que os baderneiros venham praticar suas ações. Isso mostra fragilidade. Agora, apresentando a programação e anunciando a segurança para a população, você inibe os maus feitores. 

 

Recebeu críticas por esta decisão? 

 

Só dos adversários políticos. Recebi 220 assinaturas dos comerciantes da cidade pedindo a realização do carnaval. Eles passam o ano interior sofrendo com a invernada; o verão e o carnaval é o momento deles venderem produtos e ganharem dinheiro. Se o poder público não fizer nada para viabilizar isso, eles não ganham. 

 

A que atribui a eficiência que ele teve? 

 

Atribuo ao respeito que a administração tem por nossa Guarda Municipal; a atenção que damos, e pela forma que o secretário de Defesa Social e Segurança Patrimonial, Anderson Gouveia de Oliveira, conduz os trabalhos. 

 

Sem a realização de shows e valorizando os blocos de rua, o senhor acredita que deu início a um novo carnaval em Marataízes? Por que?

 

Isso não é novidade para nós. Em 2014, quando estive como prefeito interino, fizemos um carnaval como este, com blocos e bandas de fanfarra. A diferença é que desta vez a gente limitou os horários: de 10h às 22h. Este modelo já foi experimentado por nós e será mantido. Deu certo lá trás, foi muito elogiado. Então, fizemos com a certeza de que o povo iria gostar.

  

Quais outros pontos positivos que o senhor considera que a decisão de manter o carnaval trouxe ao município? 

 

Somos um município emancipado há 20 anos, por ter vocação turística. As ações turísticas têm sido muito pequenos neste tempo. Precisamos cultivar a ideia de que temos potencial turístico grande. Queremos implantar este período sustentável, e já temos projeto para isto. Mas, enquanto a gente não se efetiva como município turístico de forma sustentável, iremos fazer eventos para atrair visitantes e fazer com que o comércio funcione. Na verdade, com o assoreamento da praia Central, com o mar invadindo a rua, muitos turistas de outros estados se afastaram. E ainda sem bons eventos, ficamos fragilizados; e o comércio paga com isso. Com o aterro na praia Central, o local não ficou 100% para o banho, já que a água é muito distante da avenida. A não execução da urbanização da orla tira a vontade de algumas pessoas virem para Marataízes, já que a praia Central é o cartão de visitas do município. Acreditamos que neste ano daremos início à primeira etapa daquela obra.

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