"Nenhum de nós está acima da lei", diz senador Ricardo Ferraço - Jornal Fato
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"Nenhum de nós está acima da lei", diz senador Ricardo Ferraço

O próprio parlamentar já foi acusado em delação, ficou perplexo, e abriu mão do foro privilegiado


Ricardo Ferraço defende as apurações contra o colega de partido, Aécio Neves - Foto: Divulgação

O senador Ricardo Ferraço (PSDB) tem adotado posições firmes ao comentar os escândalos que envolvem políticos nas mais altas casas legislativas do país. Segundo o capixaba, ninguém está acima da lei.

Na última terça feira (17), os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram por unanimidade que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deve ser investigado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio do ano passado, tendo como base a delação dos executivos da JBS.

Assim como fez em novembro de 2017, quando defendeu o afastamento do senador Aécio do mandato em função das denúncias da JBS, Ricardo defendeu também a decisão do STF: "Os fatos contra o senador Aécio Neves são gravíssimos. O Supremo fez bem ao admitir a denúncia e torná-lo réu, até mesmo para que ele tenha a oportunidade de se defender. A lei precisa servir para todos", finaliza Ricardo.

Ricardo foi também um dos líderes do Senado no movimento pelo fim do foro privilegiado, tendo inclusive, declarado publicamente que abriu mão deste privilégio. Essa PEC foi aprovada no senado em 2017 e encontra-se parada na Câmara Federal. "Precisamos varrer da realidade brasileira o foro privilegiado, que é algo que não faz nenhum sentido".

Em 2011, seu primeiro ano no senado, Ricardo foi autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Recursos, que prevê, entre outras coisas, a prisão após condenação em segunda instância. Essa PEC está pronta para ser votada desde janeiro de 2013, mas segue na gaveta.

"Não podemos ficar de braços cruzados e admitir que a impunidade prevaleça em nosso país. O Senado já deveria ter tido a coragem de votar a minha PEC sobre prisão em segunda instância há muito tempo", afirma Ricardo.

 

Odebrecht

Há um ano, dois executivos da Odebrecht disseram que a empreiteira repassou 400 mil, via caixa dois, à campanha do senador ao Senado em 2010. Na época, o parlamentar disse que recebeu "com absoluta perplexidade e indignação que eu recebi a informação de que meu nome está incluído na chamada lista do Fachin. Toda minha campanha foi declarada e como poderão constatar na prestação de contas no TSE, esta empresa não foi doadora. Nunca tratei qualquer assunto com essas pessoas e tampouco autorizei que alguém tratasse. Acionarei esses mentirosos judicialmente para que provem as acusações".

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