Vargem Alta: Prefeito e vereadores são afastados
Mandados de buscas e apreensões foram cumpridos em Vargem Alta com objetivo de apurar a prática de crimes de corrupção
O prefeito de Vargem Alta, João Bosco Dias (PSB), o presidente da Câmara, Luciano Quintino (SDD), o vereador Ismael Silva, o secretário de Obras, Indon Solles Demartini, o secretário de Agricultura, Daniel Gomes Moraes, três servidores da Câmara e mais sete da Prefeitura foram afastados do cargo hoje, por ordem da Justiça.
O vice-prefeito Claudio Pazzeto já foi notificado, deve assumir o comando da prefeitura amanhã e o vice-presidente Marcelo Scaramussa, a Câmara.
Prefeito, vereadores e servidores afastados são suspeitos de envolvimento em sistema de fraude em licitações, investigado pelo Ministério Público, que pediu o afastamento dos envolvidos. Também são investigadas cinco empresas do ramo de construção civil, pavimentação e autopeças, que combinariam entre si o resultado dos processos licitatórios.
Pela manhã, o MP, com auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a operação Canudal, que cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em vários municípios da região Sul do Estado.
Um deles, na casa do prefeito Bosquinho, onde foi localizada uma arma não registrada. O mandatário precisou ir à delegacia, para prestar esclarecimentos, disse se tratar de arma de coleção, e foi liberado.
Além de Câmara e Prefeitura, empresários de municípios vizinhos, envolvidos no esquema, também tiveram imóveis vasculhados.
Operação
O Ministério Público do Estadual (MPES), por meio da Procuradoria de Justiça Especial e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira (30), em Vargem Alta, a Operação "Canudal", para cumprimentos de mandados de busca e apreensão na Prefeitura.
De acordo com a polícia, foram cumpridos 28 mandados de buscas e apreensões expedidos pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), com objetivo de apreender documentos, computadores, mídias, além de equipamentos e materiais, para apurar a prática, em tese, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, fraude à licitação, tráfico de influência, entre outros. As investigações são conduzidas por um procurador de Justiça e seis promotores.
Ao todo, 95 policiais militares e quatro servidores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) participaram da ação.
O nome da Operação é uma referência ao ponto mais alto do município de Vargem Alta, a Pedra do Canudal, com altitude de 870 metros.