O empresário Douglas Domingos, 34 anos, preso na terça-feira (27) em Belo Horizonte, Minas Gerais, por assalto a lotérica em Cachoeiro, pode estar envolvido no roubo que culminou na morte do empresário Roberto Misse Júnior, dono da loja A Mestiça, em 7 de julho deste ano (ver no quadro).

 

As informações foram dadas em entrevista coletiva, na manhã de quarta-feira (28), pelo delegado titular da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) de Cachoeiro de Itapemirim, Augusto Giorno.

 

Douglas que atuava como empresário, com lojas de pet shop e distribuidora de bebidas, ésuspeito de ser o líder de uma quadrilha especializada em praticar roubos a estabelecimentos comerciais em Cachoeiro.

 

Ele foi preso em Belo Horizonte durante a operação "Falência", em cumprimento a um mandado de prisão pelo roubo a uma casa lotérica no bairro BNH, ocorrido em março deste ano. Na época, os bandidos levaram R$ 130 mil, prejuízo que obrigou o dono do estabelecimento a abrir falência.

 

Na delegacia, Douglas,que é acusado de ficar com cerca de R$ 80 mil do valor subtraído, confessou o crime.Ele disse que obteve informações privilegiadas sobre o funcionamento da casa lotérica através de sua namorada, Bianca Dalvi, 21 anos, que trabalhava no estabelecimento. Ela foi presa no final da tarde de terça-feira, em sua residência, no bairro Baixo Monte Cristo, em cumprimento a mandado de prisão.

 

A polícia revela que, apesar do envolvimento no crime, Bianca acionou a empresa, que faliu após o roubo, na Justiça Trabalhista requerendo pagamentos de seus direitos por tempo trabalhado.

 

Douglas e a namorada Bianca foram encaminhados a presídios de Cachoeiro, onde estão à disposição da Justiça. As investigações continuam na tentativa de identificar outras pessoas ligadas aos criminosos.

 

Prisões

 

Em 24 de setembro, dois outros envolvidos no assalto à lotérica já haviam sido identificados, mas apenas Fábio Ferreira de Souza, 21 anos, ficou preso, pois contra ele havia mandado de prisão por tráfico. O outro rapaz, de 19 anos, foi liberado por não haver ordem para sua prisão. Com eles foi encontrado o carro utilizado no roubo. Ambos já têm extensa ficha criminal que inclui assassinato.

 

Assalto à loja A Mestiça

 

Dois criminosos chegaram depois do fechamento da loja ao público. Entraram por uma porta por onde saíam os funcionários. Quatro deles ainda estavam no estabelecimento e foram rendidos.

 

O alvo dos bandidos era o dinheiro do pagamento do pessoal, que, acreditavam os assaltantes, seria feito naquele dia. Logo seguiam para o escritório do empresário, exigindo os valores.

 

Entretanto, o acerto com os comerciários havia sido feito na véspera e, como não conseguiram o dinheiro que esperavam, atiraram em Roberto Misse, pelo menos três vezes, após ele ter reagido.