Policiais Militares devem atender escala no local de trabalho - Jornal Fato
Polícia

Policiais Militares devem atender escala no local de trabalho

Para o interior, além dos policiais escalados, serão enviados homens das Forças Armadas que farão patrulhamento preventivo.



Por ADI/ES

A partir de hoje, os policiais militares devem iniciar a escala diretamente no local de trabalho. A determinação do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo foi a alternativa encontrada pelo governo estadual para furar o movimento de familiares e amigos dos policiais que, desde a noite de sexta-feira, 3, bloqueiam a saída dos militares dos quartéis provocando uma onda de violência em todo o Estado. Para garantir a redução da criminalidade no interior, além dos policiais que devem atender a determinação da escala, homens das Forças Armadas, que estão chegando ao Espírito Santo, farão o patrulhamento preventivo.

 

"As chamadas agora estão sendo feitas para trabalho externo então, a partir de amanhã (hoje) planejamos que todos os policiais escalados estejam nas ruas trabalhando. Eles não vão mais para o quartel. Todos os policiais estão escalados para cumprir a chamada de serviço fora do quartel", disse o comandante chefe da Policia Militar do Estado, coronel Nylton Rodrigues. Ele e o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, concederam entrevista coletiva no início da tarde de segunda, 6, no Palácio Anchieta.

 

O coronel Rodrigues informou que, ao assumir o comando da PM, ontem, seu primeiro ato foi determinar que todos os policiais militares fossem escalados para responderem as suas escalas de serviços fora dos quartéis. "Nenhum policial deve ir para o quartel. Ele cumprirá seu serviço se apresentando diretamente no seu local de serviço. A policia militar tem batalhões distribuídos nos municípios de todo o Espírito Santo e todos devem cumprir uma escala no serviço operacional. Não teremos mais policiais dentro dos quartéis. Estas esposas podem ficar ali, mas os policiais estarão nas ruas e por isto não vejo necessidade nenhuma de qualquer atitude com relação a elas", disse ele.

 

Segundo o comandante da PM, ontem, a segurança de todo o Estado foi feita por 250 homens do Exército Brasileiro e de fuzileiros navais da Marinha e 200 homens da Força de Segurança Nacional. Estava sendo aguardada a chegada de mais 750 homens do Exercito Brasileiro na noite de ontem. Os policiais das Forças Armadas estão sendo colocados prioritariamente nas áreas de grande circulação de pessoas como comércio e nos terminais de ônibus da Grande Vitória. 

 

Também ontem 500 policiais militares do comando do Estado retomaram o trabalho em todo o Espírito Santo. A expectativa é que, com a determinação dada pelo comando geral da PM, este número aumente hoje. Segundo o coronel, além dos policiais que vão responder a escala, o patrulhamento do interior será feito também por homens das Forças Armadas para garantir a redução da criminalidade, principalmente nos municípios onde foram registrados maiores índices de violência. "As Forças Armadas também farão patrulhamentos não permanentes em algumas cidades do Interior. Eles vão cumprir um planejamento do comando militar para fazer policiamento preventivo", assegura o coronel.

 

Ações criminais

O secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, disse que não há ainda um balanço oficial das ações criminosas ocorridas no Espírito Santo neste período da greve dos policiais militares. De acordo com o Sindicato da Polícia Civil, 75 assassinatos ocorreram só na Grande Vitória desde sábado. Na noite de ontem, mesmo com o exército já nas ruas da região, foram registrados mais de 20 assassinatos.

 

A Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), estima um prejuízo de R$ 4,5 milhões só na Grande Vitória. Deste total, R$ 500 mil são referentes aos estragos causados em cerca de 120 lojas que foram destruídas e saqueadas e R$ 4 milhões de perdas por falta de vendas já que as lojas ficaram fechadas para evitar maiores violências.

 

"Nós não temos ainda um balanço dos prejuízos. Estamos no curso de uma situação e a prioridade é o controle e a prestação do serviço de segurança pública. É ter o policial militar nas ruas. Houve um número de registro de ocorrências graves nos últimos dias e que diminuiu bastante da noite de ontem para cá com a circulação do Exército Brasileiro e com a polícia militar fazendo o policiamento a pé nas ruas. Nós vamos fazer um balanço. Será creditado a cada um dos responsáveis por este movimento, cada uma destas mortes, cada um destes assaltos e esta sensação de insegurança causada por este movimento irresponsável que trouxe o caos e deixou a sociedade refém de uma questão coorporativa", disse o secretário.

 

Ele garantiu que o diálogo com as esposas dos militares continuam e já foram realizadas várias reuniões com representantes das mulheres, mas não avançaram nas negociações. "Que estas manifestantes percebam o prejuízo que estão trazendo para este Estado", concluiu Garcia.

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