Há quase 30 dias o desaparecimento do fazendeiro João Batista Carvalho, 59 anos, dono de uma propriedade de gado situada na localidade de Água Preta, interior de Atílio Vivacqua, Sul do estado, intriga a polícia e preocupa familiares.

 

Ele, segundo um campeiro da fazenda situada às margens da BR 101, próxima à Churrascaria Gramado, teria saído da propriedade dizendo que iria à praia e sumiu, deixando o aparelho celular e um Honda Civic para trás. A polícia investiga se houve crime.

 

"João ligava todo dia aqui para casa para falar comigo ou os filhos. Estranhei que ficou sem dar notícia e telefonei, mas quem atendeu o celular foi um funcionário da fazenda. Disse que ele alugou uma casa na praia e foi para lá", disse a ex-mulher, que pediu para não ser identificada.

 

O último contato de João com a família foi no dia 13. A ligação da ex-mulher foi no dia 17 de dezembro, dia da formatura do filho mais velho do casal. Também chamou a atenção que o fazendeiro nunca havia passado o aniversário da mãe, no dia 26 de dezembro, sem visitá-la e dessa vez nem sequer telefonou para ela.

 

Para ela, que tem 94 anos, a família conta que João Batista está viajando. "Estamos preocupados sem saber se realmente foi para praia ou aconteceu algo. Faz quase um mês", disse o irmão José Carvalho Filho.

 

A polícia desconfia da versão do funcionário da fazenda. De acordo com o investigador Homero Martins Moulim, que cuida do caso, ao realizar diligências na propriedade os policiais encontram o Honda Civic num local escondido e os documentos do carro e as chaves da propriedade na poltrona da sala do vaqueiro, que trabalhava para ele havia um mês.

 

Segundo a polícia, antes de desaparecer, o fazendeiro vendeu R$ 30 mil em gado. Recebeu uma caminhonete no valor de R$ 20 mil, R$ 9 mil em cheques e R$ 1 mil em dinheiro. "Então ele estaria com R$ 10 mil", disse o investigador.

 

O veículo foi localizado pela polícia numa revenda de automóveis de Cachoeiro. A dona da loja disse que ele teria deixado a caminhonete para vender. Já o dinheiro e cheques não foram encontrados.

 

Para amigos, o fazendeiro havia comentado que pretendia vender a fazenda e abrir um restaurante. A caminhonete e o Honda Civic foram apreendidos.