PC não matou grávida dentro de ônibus - Jornal Fato
Polícia

PC não matou grávida dentro de ônibus

Os dois tiros que atingiram Florença Aparecida Luiz Ribeiro, 30 anos, partiram de um dos bandidos, afirma delegado


Foto: Arquivo Fato

A Polícia Civil concluiu o inquérito a respeito do tiroteio dentro do ônibus da Viação Real, em Cachoeiro de Itapemirim, no dia 20 de dezembro do ano passado, que deixou um policial ferido e matou uma mulher grávida.

 

De acordo com o titular da Delegacia de Crimes contra a Vida, Guilherme Eugênio Rodrigues, exames realizados na vítima e depoimentos atestam que os dois tiros que atingiram a mulher grávida não partiram da pistola ponto 40 do policial civil, mas da arma de um dos bandidos.

 

Florença Aparecida Luiz Ribeiro, 30 anos, era moradora de Jerônimo Monteiro e estava sentada na poltrona 4, na primeira fileira, perto da porta, quando foi atingida na cabeça. Ela seguia no quinto mês de gestação e foi socorrida, mas morreu no hospital.

 

Poucos dias após o crime, a polícia prendeu em Piúma dois homens: Paulo Henrique Adão da Silva, 28 e Maycon Ponciano Pereira, 31. Os dois acusados são do bairro Zumbi, em Cachoeiro.

 

 "Através de vários exames periciais podemos concluir com certeza que o autor dos disparos que atingiram Florença foi Maycon Ponciano. O policial civil não desferiu nenhum disparo contra pessoas no ônibus", destacou Guilherme Eugênio.

 

Ainda, segundo o delegado, foram pelo menos 21 disparos realizados de dentro e fora do ônibus, que provocaram mais de 30 perfurações. Dois tiros, inclusive, perfuraram a poltrona de número 11, mas ninguém foi atingido.

 

Maycon nega que tenha atirado na grávida. Segundo o delegado, os dois criminosos vão responder por latrocínio (roubo seguido de morte) e latrocínio tentado, cujas penas, juntas, variam de 30 a 50 anos de cadeia.

 

O crime

 

O crime ocorreu por volta de 15h15, do dia 20 de dezembro, na Linha Vermelha. O ônibus havia saído de Bom Jesus do Norte e seguia para Cachoeiro. Os dois criminosos embarcaram no veículo no bairro BNH, anunciando o assalto pouco tempo depois.

 

Levantamos da Polícia Civil apontam que Maycon ficou aos fundos do ônibus enquanto Paulo se posicionou na parte da frente, ao lado do motorista.

 

De acordo com o delegado, ao perceber que não era seguro reagir ao assalto em função dos passageiros, o policial civil tentou esconder a arma e a carteira funcional, mas acabou sendo flagrado por Paulo, que atirou, o atingindo no braço direito.

 

"Ele tentou esconder sua condição de policial temendo que o pior acontecesse, como de fato aconteceu", ressaltou.

 

Maycon que estava atrás também teria atirado contra o policial e acabou atingindo Florença. Na troca de tiros, ele fugiu passando por cima de uma passageira e pulando a janela. Paulo ordenou que o motorista abrisse a porta e fugiu.

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