MP investiga mais de 150 empresas de rochas - Jornal Fato
Polícia

MP investiga mais de 150 empresas de rochas

Órgão ministerial apura se outras empresas de Cachoeiro estão envolvidas em esquema de sonegação


 

Mais de 150 empresas do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim são investigadas pelo Ministério Público Estadual (MPES), sob suspeita de sonegação fiscal.

 

Na terça-feira(10) da semana passada, o MPES por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Cachoeiro de Itapemirim, pela Receita Estadual, Receita Federal e Polícia Militar deflagraram a Operação Âmbar, no município que levou 13 pessoas para a cadeia suspeitas de integrarem uma organização criminosa, que desviou mais de R$ 1,5 bilhão.

 

Buscas foram realizadas nas empresas beneficiárias e nas residências dos operadores do esquema. Foram cumpridos 13 dos 14 mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Criminal da Justiça Estadual de Cachoeiro e todos os 15 mandados de busca e apreensão.

 

O material apreendido: computadores, notas fiscais supostamente falsas, contratos sociais, celulares, e outras mídias que podem conter evidências do esquema, estão em fase de análise. Nesta semana serão realizadas novas oitivas e o objetivo é que a denúncia contra os envolvidos seja apresentada na quinta-feira.

 

Uma lista com o nome de mais de 150 empresas investigadas vazou do Ministério Público e foi publicada nas redes sociais no final de semana. O questionamento de internautas era quanto à veracidade do documento.

A reportagem entrou em contato com o órgão ministerial que confirmou se tratar de uma lista verdadeira.

Em nota, o MPES, por meio Gaeco, informou "que as empresas que constam na lista em tela foram investigadas preliminarmente. As investigações continuam e nem todas essas empresas guardam relação direta com a chamada Operação Âmbar", disse.

 

 

 

O esquema 

 

A fraude consistia na utilização de empresas de fachada para emissão de notas fiscais que lastreavam operações de venda de mármore e granito para todo o território nacional. O esquema era capitaneado por um grupo de operadores que recebia comissões de empresários locais a fim de ocultá-los nas operações de compra e venda, transferindo suas obrigações tributárias a empresas "laranjas".

Segundo o promotor de Justiça do Gaeco, o esquema descoberto levou a três núcleos criminosos organizados. "Na base desses núcleos criminosos, nós encontramos os falsários, que se encarregavam de montar empresas de fachada, constituídas por pessoas vulgarmente conhecidas por 'laranjas', e também de comercializar as notas fiscais simuladas dessas empresas de fachada", explicou.

As autoridades fiscais estimam que o faturamento total oculto pelas empresas participantes do esquema criminoso supere R$ 1,5 bilhão nos últimos cinco anos.

O prejuízo total aos cofres públicos ainda está sendo levantado pelas instituições. A Receita Federal e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, já iniciaram diligências nas empresas investigadas e fiscalizarão outras que apresentarem indícios de sonegação fiscal semelhantes.

Os acusados irão responder por crimes de associação e organização criminosa, crime contra a ordem tributária e crimes de falso.

 

 

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