História surreal, diz viúva de advogado - Jornal Fato
Polícia

História surreal, diz viúva de advogado

Ingrid lembra que grande parte das conclusões foram obtidas pelo depoimento dos envolvidos, ?o que gera algumas dúvidas e contradições"


Foto: Reprodução/Facebook

 

A servidora pública Federal Ingrid Cheibub Ghio, viúva do advogado Fernando Ghio, analisa como surreal a trama que resultou na morte de seu marido, com um tiro na cabeça enquanto dirigia seu Honda Fit na Rodovia do Contorno, próximo ao antigo Morro do Lixo, há cerca de um mês. Vítima, Ghio também é apontado como intermediário de um crime de mando e teria sido morto pelos pistoleiros que ele mesmo contratara.

 

"O que existe de concreto é a confissão dos envolvidos. De resto, prefiro aguardar a análise e julgamento pelo Poder Judiciário, sem tecer maiores comentários sobre o caso, lembrando apenas que quem morreu foi o Fernando, que não está mais aqui para se defender dessa história surreal", declara em nota enviada à imprensa.

 

Ela parabeniza o delegado Guilherme Eugênio e sua equipe pelo empenho para solucionar o caso. Entretanto, lembra que grande parte das conclusões foram obtidas pelo depoimento dos envolvidos, "o que gera algumas dúvidas e contradições, não sendo possível saber a versão dos fatos por parte do Fernando".

 

E cita um exemplo: como o mencionado profissional liberal pagaria 30 mil a Fernando se ele devia dinheiro à vítima? "Essas e outras questões precisam de um melhor esclarecimento", avalia.

 

Ingrid classificou como lamentáveis declarações do advogado Israel Domingos Jorio - que defende a dupla de empresários presa como mandante do assassinato -  "que julgou e condenou o Fernando antes mesmo do juiz. Isso sim soa antiético para mim e penso ser uma conduta reprovável dentre os profissionais do direito".

 

Grávida há seis meses e meio do primeiro filho do casal, Ingrid espera que a Justiça seja feita. "Não vou defender nenhum lado e nem sustentar nenhuma tese, até porque o caso sequer foi analisado pelo poder judiciário. Mas o que não se deve é tirar conclusões com base no depoimento de envolvidos num crime, e que, por óbvio, tentarão amenizar ou até mesmo alterar os fatos".

 

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O crime

 

Fernando Guio foi morto com um tiro na cabeça enquanto dirigia seu Honda Fit na Rodovia do Contorno, próximo ao antigo Morro do Lixo. Ele perdeu o controle do veículo, saiu da pista e capotou, parando no meio de um pasto.

 

Fernando morreu no local. No início, o crime estava sendo tratado como simples acidente. No entanto, durante exame de necropsia no Serviço Médico Legal (SML) ficou constatado que a vítima tinha uma perfuração na cabeça, logo atrás da orelha.

 

Testemunhas informaram que Fernando estava acompanhado de um pedreiro e foi a marmorarias da região para comprar material para reformar um quarto de sua casa para abrigar o filho em gestação.

 

Na saída de uma das empresas, segundo informações na época, o advogado teria dado carona a duas pessoas. No entanto, a polícia já descartou essa hipótese e sabe que a vítima conhecia os acusados e que teria ido aquele ponto já para buscá-los.

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