Falta estrutura para o combate às drogas - Jornal Fato
Polícia

Falta estrutura para o combate às drogas

Segundo o delegado Wellington Lugão, as ações se concentram na grande Vitória, por falta de condições de atender o interior


Foto: Reinaldo Carvalo

Falta de estrutura, de efetivo e de recursos. Esses foram os problemas relatados pelo delegado Wellington Lugão, da Delegacia Especializada de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), aos deputados estaduais da Comissão de Política sobre Drogas, em reunião ontem na Assembleia Legislativa.

 

Por ser uma delegacia especializada, a Deten é responsável por atender todo o Espírito Santo. Porém, segundo Lugão, a unidade passa por várias dificuldades, o que limita o trabalho.

 

"Nós não temos como alcançar o Estado por inteiro. Então, nossas atividades são mais concentradas na Grande Vitória. Não temos um trabalho efetivo, com qualidade total, por várias dificuldades que a delegacia tem", disse.

 

Combustível

A cota de gastos com combustível é uma limitação. De acordo com o delegado, a unidade pode despender, no máximo, R$ 500 em combustível por veículo por mês.

 

"Fazemos operações no interior. Às vezes, conseguimos identificar que muitas drogas estão vindo do interior ou de outro Estado e precisamos nos deslocar para a divisa. Só para ir lá em Ibatiba, gastamos um tanque e meio", explicou.

 

Lugão também reclamou da quantidade de servidores. "Não temos delegados para atender todo o Estado". O delegado informou ainda que a unidade conta com 19 policiais, 12 para fazer o trabalho de rua, três na inteligência, dois responsáveis pelas intimações e ordens de serviço e dois para fazer o encaminhamento das drogas apreendidas. A Deten conta ainda com o trabalho de quatro escrivães.

 

Assassinatos

A maioria dos assassinatos no Espírito Santo tem relação direta com o tráfico de drogas. Com a apuração de mais de 50% dos casos, o Estado é um dos que mais consegue investigar esse tipo de crime no país.

 

Em algumas unidades da federação, o índice de apuração não chega a 6%. Os percentuais foram apresentados por Lugão.

 

"Mas não adianta nada apurar depois que a pessoa morreu. Temos de inverter a ordem. Se a maioria dos homicídios, hoje, está relacionada ao tráfico, a gente precisa tirar esses indivíduos de circulação", frisa o delegado.

 

Para melhorar o trabalho da Deten, Lugão defende que a delegacia seja transformada em uma divisão da Polícia Civil, para obter mais recursos financeiros, materiais e humanos.

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