Ambulantes bloqueiam Beira Rio - Jornal Fato
Polícia

Ambulantes bloqueiam Beira Rio

Protesto, por causa de fiscalização da Prefeitura de Cachoeiro, complicou o trânsito


 

Na manhã de ontem, vendedores de picolé e outros ambulantes, em protesto, fecharam a Avenida Beira Rio, uma das mais movimentadas de Cachoeiro de Itapemirim.

O motivo, segundo os manifestantes, foi a "proibição", determinada pela Prefeitura Municipal, de atuarem na rodoviária do interior.

Eles interditaram o trânsito com carrinhos de picolé e de água de coco. Agentes da Guarda Civil Municipal conseguiram abrir o espaço de uma faixa para os carros passarem, o que não impediu a formação de engarrafamento.

Após cerca de maia hora, no entanto, em negociação com a GCM, aceitaram liberar a área.

A confusão começou por volta das 9h, quando fiscais da Prefeitura os abordaram. "Ambulantes não podem ficar parados num mesmo local. Eles precisam andar, pois atrapalham os passageiros que estão aqui aguardando ônibus", explicou uma fiscal. 

Os vendedores não concordam. "A gente só quer trabalhar. Não estamos fazendo nada de errado. Se tivesse vendendo droga, roubando, matando, ninguém ia atrás da gente. Se nos tirarem daqui, vamos tacar foco na pista", ameaçou Dora Silva, 47.

"Isso é um absurdo. Agora querem nos tirar daqui. Sempre trabalhamos nesse local. Por que temos que sair, agora?", questionou Gerlaine Coelho, 24.

"A gente sempre cuidou do ponto de ônibus. Limpamos o banheiro, varremos tudo e socorremos pessoas que passam mal. E, agora, querem nos tirar daqui", reclamou Renata Fernanda Lé, 27. 

O inspetor da Guarda Civil Municipal Rosinaldo Correia orientou os trabalhadores a formar uma comissão e procurar a Prefeitura de Cachoeiro para conversar. Os fiscais tiveram que ser escoltados pela GCM para saírem do local.

 

DESOBSTRUÇÃO

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Cidinei Nunes, alegou que a fiscalização foi necessária porque "alguns ambulantes estavam tomando espaço das pessoas que aguardavam ônibus".

"Eles não estão sendo impedidos de trabalhar, mas havia carrinho de picolé debaixo do abrigo, alguns abriram sombrinha de quase dois metros e até espalharam mercadoria no banco onde sentam os passageiros. Por isso, os fiscais foram lá, para orientar", justificou.

Procurado pelos ambulantes, Nunes foi ao ponto, ouviu as queixas e ficou de voltar a conversar com os vendedores hoje. Porém, adiantou que "a orientação é para que o passeio público fique desobstruído e que seja mantida livre a área de embarque e desembarque de passageiros".

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