Zumbi em meio ao fogo cruzado - Jornal Fato
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Zumbi em meio ao fogo cruzado

Com mais de 10 mil habitantes, segundo dados da Prefeitura, o bairro é palco de tiroteios quase diários


Moradores do Zumbi, bairro mais populoso de Cachoeiro de Itapemirim, sofrem com a atual onda de violência que toma conta da região. Com mais de 10 mil habitantes, segundo dados da Prefeitura, o bairro é palco de tiroteios quase diários e da intensa disputa pelo tráfico de drogas por facções rivais.

Por questões de segurança, já que trocas de tiros foram registradas durante esta semana, ação social que aconteceria neste sábado (16), na quadra do Alto Zumbi, foi cancelada.

Segundo o organizador, Rodrigo Sandi, assim que a segurança na região for normalizada, o serviço será remarcado.

Moradores que preferiram não se identificar por medo de represálias afirmam que a violência no bairro tem aumentado.

"Eles [traficantes] impõe toque de recolher, é tiro a qualquer hora do dia. Vivemos no meio do fogo cruzado, não temos mais direito de ir e vir", comentou uma dona de casa, de 43 anos, moradora há 40 anos.

"Sou nascido e criado no bairro, nunca vi uma coisa dessas que está acontecendo em nossa comunidade. Pessoas armadas, troca de tiros de manhã, a tarde e à noite. Mortes e guerra de bandidos que não respeitam moradores, crianças. E a polícia não faz nada ou faz vista grossa. Fico muito triste com tudo isso", contou outro morador. 

Em contrapartida, há aqueles que não vêm problema com o domínio do tráfico na região.  "Não tenho do que reclamar, aqui ninguém mexe com a gente. Meu carro fica na rua e ninguém nunca mexeu. As pessoas ficam alimentando muito o que está acontecendo [trocas de tiros]. Morei dois anos em outro bairro e a criminalidade aqui é tão grande quanto nos outros bairros", disse a técnica de laboratório, moradora há 40 anos do Zumbi. Ela acredita que o bairro é marginalizado, muitas vezes, por pessoas que não moram na região.

Policiamento

A Polícia Militar informou que, por estratégia, não revela o número de ocorrência naquele bairro, mas tem reforçado o patrulhamento, com ações estratégicas. A PM afirmou, ainda, que todas as ocorrências via Ciodes têm sido prontamente atendidas.

Segundo a corporação, as medidas de segurança são tomadas a partir de um "mapa do crime", reforçando o policiamento da região em questão.

A polícia pede que os moradores da comunidade entre em contato com a PM para denunciar os crimes e juntos traçarem medidas de segurança com base na realidade local, por meio do 181 e 190. Não é preciso se identificar.

 

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