Com a chegada da Tocha Olímpica Rio 2016, nesta segunda-feira (16), em Cachoeiro de Itapemirim, foram necessárias algumas alterações no trânsito da cidade. Mas nem motoristas nem comerciantes estão satisfeitos.

 

O estacionamento no percurso por onde a tocha passará está proibido. Além disso, a partir das 16h00, o trânsito também será totalmente interrompido nas principais vias. Lojistas dizem que isto está afetando as vendas. Reclamam de poucas pessoas nas ruas pela falta de estacionamento.

 

O vendedor da loja A Triunfante, do centro de Cachoeiro, Felipe Davi, disse que a princípio ele discorda da proibição dos estacionamentos. "Se o cliente não pode estacionar aqui, ou próximo, ele, naturalmente, vai deixar de comprar pela falta de comodidade."

 

Para Felipe, a falta de estacionamento, além de atrapalhar as vendas, atrapalha, também, a vida pessoal daqueles que precisam resolver suas coisas. "É um pouco exagerado parar os estacionamentos tão cedo. Faltou logística e bom senso nessa organização."

 

Kelly Oliveira, vendedora da loja Tok do Corpo, não pensa muito diferente. Ela diz que tem visto muita reclamação, porque ficou difícil estacionar. "O cliente não consegue parar, e se ele não para em frente da loja, ele não entra. Isso nos prejudica bastante e faz com que as vendas caiam."

 

"Estão dizendo que fecharemos mais cedo, liguei para o Sindicato, mas eles não souberam responder. As vendas já estão ruins por causa dessa crise, hoje, por causa da proibição do estacionamento, piorou, e se fechar às 14h00 como estão falando? Está bem complicado".

 

 

O gerente da loja Dalpasso Calçados, Anderson Souza, falou que dependem dos estacionamentos próximos à loja. Segundo ele, os clientes sentem-se mais acomodados se saírem de carro para fazer compras. "Se numa via movimentada como a do Centro, num dia como hoje, está totalmente paralisado, é claro que nos prejudica."

 

Anderson reclama que o comércio não tem prioridade em Cachoeiro, visto que boa parte da renda da cidade parte deles.  "Nossas vendas estão sendo prejudicadas.", afirma o gerente.

 

 

Entregas e estacionamentos

 

Os entregadores também estão tendo dificuldades para fazer entregas em Cachoeiro de Itapemirim. Os comerciantes afirmam que as entregas estão sendo feitas, mas reclamam que com a proibição dos estacionamentos, elas estão ficando atrasadas.

 

O gerente Anderson diz que as entregas estão sendo realizadas e que há os lugares específicos para que as transportadoras parem os caminhões, mas que eles estão tendo que parar muito longe das lojas.

 

O entregador Ocimar Lima Fiorin, de 42 anos, disse que ficou muito difícil fazer entregas em diversas áreas da cidade. "A gente tem que parar muito distante e carregar tudo nas costas. Está me atrapalhando demais isso. Teria sido melhor ter sido decretado feriado na cidade, do que ter essa situação aí nas ruas. Só vejo gente reclamando. Ou então parava os estacionamentos só a partir das 16h00."

 

O secretário de Defesa Social de Cachoeiro, Alexandre Leal Rodrigues, explicou que a proibição dos estacionamentos, que começou às 23h59, é uma exigência feita pelo Comitê Olímpico, e que cabe a eles obedecer.

 

Em relação às reclamações por causa do horário, Alexandre diz que foi necessário cumprir cedo o fechamento dos estacionamentos. "Quanto mais tarde fecharmos os estacionamentos, mais difícil será para nós fazer a remoção dos carros. O transtorno seria bem pior. Então visamos e fazemos o que achamos o que seja melhor".

 

O secretário afirma que aqueles que estiverem em desacordo, terão os carros guinchados.

 

O trânsito será totalmente paralisado a partir das 16h00, mas Rodrigues comentou que o horário pode ser um pouco mais estendido, dependo da movimentação na cidade. "Nós vamos analisar, dependendo de como estiverem as coisas, se esse horário poderá ser um pouco mais estendido, abrindo uma exceção, para melhor atender à população."

 

Horário do funcionamento das lojas

 

O Sindicomércio de Cachoeiro informou que o comércio funcionará em horário normal nesta segunda-feira (16). Os proprietários das lojas podem decidir se fecham ou não mais cedo.