Infestação de carrapatos preocupa ribeirinhos em Cachoeiro - Jornal Fato
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Infestação de carrapatos preocupa ribeirinhos em Cachoeiro

O poder público considera a situação sob controle e não há registros ações específicas relativas aos animais e parasitas


O aumento do número de famílias de capivaras às margens do rio Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, tem gerado preocupações em moradores ribeirinhos, já que o mamífero é um dos principais portadores do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, que pode provocar a morte.

Segundo o ex-vereador de Cachoeiro de Itapemirim, José Carlos Amaral, a infestação de carrapatos às margens do rio, próximo à sua chácara, no bairro Valão, tem tomado grandes proporções.  "Está terrível. Não podemos nos aproximar do rio. Somos atacados por carrapatos. São muitos. Eu fico com medo de pegar uma doença, e não deixo ninguém chegar à beira d'água, para não correr risco de contaminação. Algum órgão precisa tomar providências", disse.

Ainda segundo Amaral, vizinhos de sua propriedade tem constantemente incendiado a vegetação para eliminar os parasitas e afastar as capivaras, herbívoras, que se aproximam em busca de alimentos. Grandes grupos podem ser vistos ao longo de todo o Rio Itapemirim.

Mas, o poder público considera a situação sob controle e não há registros ações específicas relativas aos animais e parasitas. A Secretaria Municipal de Saúde, não registrou caso de contaminação por febre maculosa, em Cachoeiro. Segundo a Prefeitura, nenhuma denúncia de infestação de carrapatos foi registrada na ouvidoria municipal. Apenas caso isso ocorra, equipe da vigilância ambiental irá ao local verificar a procedência dos parasitas e tomar medidas necessárias. As denúncias podem ser feitas por meio do 156.

A Polícia Ambiental e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) só atuam na coleta de animais silvestres caso estejam fora de seu habitat natural, ou seja, quando entram em residências, estabelecimentos ou em vias públicas.

Segundo o Ibama, houve aumento da população de capivaras nos últimos anos na região, com a repressão à caça. Quanto à infestação de carrapatos, nenhum órgão se pronunciou com ações para combater os parasitas.

Segundo Guilherme Gomes, chefe da Unidade Técnica do Ibama de Cachoeiro, a população deve evitar áreas com infestação de carrapatos, lembrando que outros animais, além das capivaras, como cães, gatos e cavalos também podem ser hospedeiros destes parasitas. Os animais domésticos devem ser constantemente observados e medicados para que não acumulem carrapatos, principalmente do tipo estrela.

 

Morte

No último domingo (29), uma adolescente de 15 anos morreu após ser contaminada pela febre maculosa. Laura Bertajoni Vicente reclamou de dores de cabeça no sábado (20). Eram os primeiros sinais do ataque da doença transmitida pelo carrapato-estrela, que destruiu o sistema nervoso da vítima.

A família suspeita que a contaminação pode ter ocorrido por meio de carrapatos em capivaras em um lago próximo da casa, local onde a estudante costumava andar de bicicleta, no município de Salto, São Paulo.

 

A doença

A febre maculosa brasileira, também conhecida como febre do carrapato, é transmitida pelo carrapato estrela. Sendo uma infecção causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A incidência doença é mais comum durante os meses de junho a outubro, quando os carrapatos estão mais ativos. Tem cura, mas seu tratamento deve ser iniciado com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas para evitar complicações graves, como inflamação do cérebro, paralisia, insuficiência respiratória ou insuficiência renal, que podem levar à morte.

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