Festa na lendária ?Praça Vermelha? chega à 31ª edição - Jornal Fato
Festa de Cachoeiro

Festa na lendária ?Praça Vermelha? chega à 31ª edição


Evento em icônico point cachoeirense é realizado desde 1986   
 

Tudo começou na década de 50 do século passado. Frequentavam o local pessoas ilustres, como os irmãos Braga (Newton e Rubem). E, reza a lenda, até mesmo o escritor baiano Jorge Amado deu as caras por lá.

 

Líderes ferroviários - categoria articulada e respeitada na época -, jornalistas, políticos, estudantes, todos boêmios e ligados (ou simpatizantes) aos partidos de esquerda, reforçavam o clima de reivindicação, de contestação e de oposição ao sistema, que perdurou até por aproximadamente uma década depois da redemocratização do país. 

 

Nas imediações ainda funcionava o então maior cinema capixaba, o Cine Teatro Broadway, com capacidade para mais de mil expectadores. 


Considerado o principal expoente dos ferroviários, Demisthóclides Baptista, o Batistinha, "herói da palavra" no período da ditadura militar, foi umas das personalidades cachoeirenses que mais contribuíram para a mitificação da Praça Vermelha e seu principal ponto de encontro, o bar CDM, famoso território de livre expressão, que fechou as portas no fim dos anos 90.

 

Orgulho dos intelectuais locais, esse ponto da cidade, que nem é uma praça realmente, situa-se a poucos metros do início da Ponte de Ferro, um dos cartões-postais da região central de Cachoeiro de Itapemirim. 


Com o objetivo de celebrar toda essa história, relembrar os bons momentos - mantendo a tradição de liberdade e irreverência -, desde 1986 é promovido, por iniciativa do célebre Batistinha, o Encontro dos Amigos da Praça Vermelha, que sempre acontece durante o período da Festa de Cachoeiro. A 31ª edição do evento está marcada para a noite da próxima sexta-feira (dia 30), a partir das 19h30, com show do músico Fábio Coelho  

 

Também são escolhidos os cachoeirenses Ausente e Presente da Praça Vermelha, entre os próprios frequentadores.

 

Em 2017, os homenageados são o engenheiro José Carlos Martins Pereira e o médico Paulo Ney Viana, respectivamente.

 

CDM

 

Exaltando o caráter irreverente do local, a iniciativa tinha o objetivo de fazer um contraponto à eleição oficial do Ausente Nº 1, considerada elitista pelos frequentadores do CDM. Aliás, o significado do nome do antigo botequim é impublicável...  

 

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