Casteglione fala de educação, saúde e restaurante popular - Jornal Fato
Entrevista

Casteglione fala de educação, saúde e restaurante popular

O prefeito Carlos Casteglione promete entregar o restaurante popular funcionando e descarta possibilidade de Cachoeiro perder faculdade de medicina


Com educação e saúde como principais temas, o prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), promete avanços significativos antes de entregar o mandato. O município, que já atende 50% da demanda na educação infantil, índice exigido apenas para 2022, nas cidades brasileiras, vai alcançar 80% deste público, com a inauguração das chamadas supercreches, em fase final de obras.

Casteglione afasta, também, qualquer possibilidade de Cachoeiro perder o curso de medicina para Vargem Alta, como se ventilou após visita de representantes da Emescan ao salesiano, em Vargem Alta.

Na saúde, a chegada dos médicos cubanos também permitiu o avanço do Programa de Saúde da Família, que já cobre, segundo o mandatário, 80% da população. As 45 equipes, nos próximos meses, passam a ocupar novos postos de saúde, em vias de serem inaugurados.

Outras demandas como o restaurante popular, o videomonitoramento e a reabertura do aeroporto também são abordados.

A entrevista foi concedida na manhã da última sexta-feira, em seu gabinete, na Prefeitura. O objetivo foi fazer uma projeção da cidade que será entregue a seu sucessor, daqui a 18 meses.

A conversa será publicada em três partes. A primeira saiu ontem, sobre mobilidade urbana, a segunda é essa e última será publicada amanhã.

 Confira:

 


 

Fato - Prefeito, há reclamações sobre atrasos na construção das chamadas Supercreches, com capacidade para 240 alunos cada. Quando elas serão concluídas?

Carlos Casteglione - Duas serão entregues agora, logo no início deste semestre. Talvez no decorrer do mês de junho, a gente entregue ao menos a de Boa Vista. A de São Lucas, logo depois. A obra do Village foi reiniciada. Houve problema. A empresa (que fazia a construção) quebrou. Conseguimos ajustar agora, relicitamos e a empresa já está retomando a obra. A vontade do prefeito é iniciar as aulas lá no início do ano letivo de 2016. Na pior das hipóteses, em julho de 2016. É obra que também se enquadra na decisão de fazer as coisas por quem mais precisa. Cachoeiro vai se tornar um dos poucos municípios do Brasil a atender mais de 80% das crianças da Educação Infantil. Quando assumi, havia filas nas creches. As mães procurando vagas. Hoje não temos mais isso. Investimos muito. Peguei o município com oferta de menos de 40% das vagas em creches e com a entrega destas três escolas, serão mais de 80% da demanda de educação de infantil. De acordo com o Plano Nacional de Educação, os municípios apenas em 2022 vão ter que cumprir 50%.

 

 

"Cachoeiro vai se tornar um dos poucos municípios do Brasil a atender mais de 80% das crianças da Educação Infantil. Quando assumi, havia filas nas creches"

 

Pode dar previsão também sobre o pronto-atendimento do Marbrasa?

A previsão do Pronto Atendimento do Marbrasa é o primeiro semestre de 2016. Além disso, ainda não foi inaugurada, mas já funciona a nova unidade de saúde de Córrego dos Monos, ampliada e reformada, e a nova unidade de Cunduru. Estão em fase final as obras na unidade de Pacotuba e Burarama, também ampliada e reformada. Na área urbana recebem reforma a unidade do Village. Há também novas obras no Abelardo Machado, Novo Parque, Gilson Carone e Coramara. É um pacote de nove obras importantes da Saúde. O PA do Marbrasa também seria inaugurado em final de julho, agosto, quando entregaremos todas essas obras em fase final, exceto Gilson Carone e Coramara, onde houve atrasos e ficam para o final deste ano ou início do próximo.

 

Há mais obras previstas para a Saúde?

Vamos fazer a reforma do (Pronto Atendimento) Paulo Pereira Gomes. O recurso está apontado já, com o Ministério da Saúde. Faremos, também, a reforma estrutural do Centro de Saúde. E vamos fazer grande reforma no Cemurf, nosso centro de reabilitação, em parceria com o Ministério Público do Trabalho. Uma multa será direcionada para isso. O local atende muita gente, quebrados de moto, acidente de trabalho. Outra obra prevista é na Vila Rica. Já temos o terreno, já temos a casa. Estamos fazendo uma adequação no imóvel.

 

 

"(Construção e reforma de postos de saúde) É investimento em estrutura, mas antes já teve investimento em pessoas para cuidar de pessoas"

 

E essas novas unidades não vão representar aumento no custeio, neste momento de perda de receitas?

Nossa cobertura do Programa de Saúde da Família chegou a pouco mais de 50%, no primeiro mandato. Com a chegada dos médicos cubanos, nós ampliamos essa cobertura, hoje, para mais de 80%. Tínhamos 34 equipes e hoje são 45. A cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde é 70%. Então, com essas unidades novas, não vou ter aumento de custeio tão grande. As equipes são essas, que já estão trabalhando. O "Mais Médicos" melhorou nossa abrangência. Já fizemos pedidos de novos profissionais. É investimento em estrutura, mas antes já teve investimento em pessoas para cuidar de pessoas.

 

O senhor, quando assumiu o primeiro mandato, elencou obras herdadas sem conclusão. A última delas é o Hospital do Aquidaban. Isso será resolvido no seu mandato?

A minha parte, nesse caso, já foi resolvida. Estava definido que iríamos avançar na instalação de hospital geral. Mas, contrariando a um desejo meu, e, principalmente análise técnica de gestores municipais da região sul do Espírito Santo, o governo da época bateu o pé de que ali seria um hospital infantil. Recuei. Era desnecessário gastar tempo com algo que a gente sabe que não vai avançar. Fiz todo o processo de transmissão da área para a Secretaria de Estado da Saúde. Tenho dados técnicos concretos de que não é de um hospital Infantil que Cachoeiro precisa.  Sim um hospital geral. Vou continuar defendendo isso, como fiz agora no PPA do governo. É uma necessidade da região. Não para desmobilizar a Santa Casa, mas para ajudá-la e também ao Hospital Evangélico. Acabou que nem infantil, nem geral. A Justiça Federal, em audiência no dia 8 de dezembro, definiu que será hospital materno-infantil. Graças a Deus se definiu. É um desrespeito com a população, ter um prédio daquele sem utilidade, enquanto há tanto problema hospitalar na nossa região. Estou colaborando para que haja uma solução naquela obra. A parte da prefeitura, eu já cumpri. Foi publicar edital de chamamento para selecionar entidade que pudesse fazer a gestão das obras de adaptação e do hospital. O prazo venceu há poucos dias e a única instituição que se apresentou foi o Hifa, decisão que ainda vai ser analisada. Do ponto de vista da prefeitura, é mais um problema resolvido. Evidentemente não vou abrir mão de continuar acompanhando e fiscalizando. Ao mesmo tempo, alinhado com todos os prefeitos e secretários municipais de Saúde, desde aquela época fiz a defesa e continuo lutando, enquanto for prefeito e mesmo depois porque o sul do estado precisa de hospital geral, de trauma.

 

Existe algum risco de Cachoeiro perder para Vargem Alta o curso de medicina?

O curso de medicina é de Cachoeiro. É bom reafirmar. O Mec e o Ministério da Saúde quando fizeram suas avaliações, foi sobre as condições de saúde de Cachoeiro.  A população mínima é a de Cachoeiro. Os investimentos e compromissos que assumi, inclusive com as obras que estou entregando agora, são de Cachoeiro. Então, não existe nenhum risco do curso não ser em Cachoeiro. A instituição que hoje está em primeiro lugar no edital - o resultado sai até 15 de julho - e que fez essa visita em Vargem Alta foi buscar espaço para fazer a casa residência. Junto com o curso de medicina, ela vai implantar na cidade uma série de cursos de residência médica. O local é para fazer o alojamento dos estudantes de residência médica. Não do curso de medicina. Está aqui o documento (oficial da Emescan explicando o caso) que me acalmou. É uma conquista que ninguém tira de Cachoeiro.

 

 

"O restaurante vai sair até o final do governo. A expectativa é concluir a obra no decorrer de 2015, para logo no início de 2016, colocá-lo para funcionar"

 

Prefeito, o senhor domou elefantes brancos que herdou, mas em seu governo há o Restaurante Popular, obra das mais demoradas. Vai concluí-lo?

O restaurante popular entrou numa estratégia do Governo Federal que é do programa "Comer Direito", que a gente organizou lá no primeiro mandato, com a (ex-secretária de Desenvolvimento Social) Nilcéia Pizza, e tem um conjunto de estratégias de segurança alimentar. A obra em si, teve uma série de problemas. O fato mais recente foi que a empresa que iniciou, não teve condições de cumprir. Precisou ser desabilitada pela Caixa e isso demorou mais de um ano. Houve necessidade de adequação de projeto, em 2013. Penamos. Mas, há um mês, ajustamos tudo isso com a Caixa e a empresa. A ideia é que nos próximos 30 ou 60 dias, coloquemos na praça edital para contratar uma empresa para concluir a obra, que já está 90% pronta. Grande parte dos equipamentos está comprada. O restaurante vai sair até o final do governo. Vou precisar do cofinanciamento do Governo do Estado para colocá-lo para funcionar. A expectativa é de que a gente conclua a obra e faça a instalação dos equipamentos no decorrer de 2015, para logo no início de 2016, colocá-lo para funcionar.

 

 

"Os investimentos que assumi, inclusive com as obras que estou entregando agora, são de Cachoeiro. Não existe risco do curso (de medicina) não ser em Cachoeiro"

 

 

A segurança pública é preocupação da população. O videomonitoramento é uma alternativa para, ao menos, intimidar criminosos ou ajudar a identificá-los. Como está o sistema em Cachoeiro?

As câmeras já estão colocadas. Na transição do governo (do Estado), o projeto parou. Para nós, da prefeitura, foi bom porque precisávamos ainda fazer a complementação da instalação na nossa nova sala de videomonitoramento, serviço já em fase de conclusão. Em 30 dias a gente entrega. O Governo do Estado está negociando novo contrato, com a mesma empresa, para avançar na instalação. Acredito que nos próximos 60 dias a gente tenha isso funcionando. São 40 câmeras. Já havia outras 12, das quais sempre oito, em média, funcionando.

 

E o aeroporto, fechado no mês passado, já tem data para reabrir?

Está tudo pronto, de nossa parte, para funcionar imediatamente. Aguardamos sinal do Cindacta para poder voltar a operação. A próxima etapa é a sinalização para pouso e decolagens noturnos. Vamos trabalhar para que se concretize nos próximos 18 meses. O segundo e importante objetivo é fazer que, também neste tempo, tenhamos o início das obras de ampliação no aeroporto, com o Governo Federal.

 

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