Curso fortalece inclusão de estudantes com deficiência auditiva - Jornal Fato
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Curso fortalece inclusão de estudantes com deficiência auditiva

Em julho, se encerram as atividades do primeiro semestre de 2018 do curso de Libras


Com ajuda das professoras, o pequeno Pablo vai participar de festa junina e apresentação em Libras

Deficiente auditivo, o pequeno Pablo Aymar Pereira Ferreira terá dois momentos especiais nos próximos dias, em Cachoeiro. Nesta sexta-feira (8), vai participar da quadrilha da festa junina da escola municipal Reverendo Jader Gomes Coelho, no bairro IBC. E na tarde da próxima terça-feira (12), apresentará, junto a seus colegas da 3ª série V3, uma música com interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) no curso de cuidadores da rede municipal de educação, no auditório da escola Zilma Coelho Pinto, no bairro Ferroviários.

"O Pablo adora música e dança. Ele é muito guiado pelo ritmo, e gosta muito também de futebol e futevolei. No último ano, a inclusão dele nas atividades da escola melhorou muito", comenta Michele Veríssimo Marinette, responsável legal do garoto. Para dar cada vez mais impulso à inclusão de crianças como Pablo, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) investe de forma continuada na qualificação dos profissionais para trabalhar com educação inclusiva.

Em julho, se encerram as atividades do primeiro semestre de 2018 do curso de Libras oferecido, de forma gratuita, pela Gerência de Educação Especial da Seme, totalizando 80 alunos nos níveis básico e intermediário. Haverá, em breve, abertura de vagas para novas turmas que iniciarão no próximo semestre.

O curso, que tem aulas semanais no auditório da Seme - localizado na Rua Moreira, 235, bairro Independência -, é voltado tanto para os profissionais da rede pública, quanto para os da rede privada e público externo em geral, visando não somente formar novos intérpretes de Libras para atuar nas escolas, mas difundir o conhecimento da língua de modo geral.

"A Libras é reconhecida por lei como a segunda língua oficial do Brasil. Além de profissionais que interpretam as instruções durante as aulas, que permite a inserção dos deficientes auditivos, é preciso haver educadores que estejam acompanhando de forma especial esses alunos, garantindo o aprendizado qualificado, e incentivar o aprendizado da língua entre as demais pessoas do entorno, proporcionando a inclusão de forma ampla", explica a secretária municipal de Educação, Cristina Lens Bastos.

Em Cachoeiro, existem 16 alunos com surdez ou deficiência auditiva matriculados na rede municipal de ensino. O atendimento especializado a crianças com esse ou outro tipo de deficiência pode ser reivindicado junto à Seme para qualquer escola. Basta apresentar um laudo clínico na secretaria, comprovando a necessidade.

 

Acompanhamento

Duas profissionais que atuam diretamente com Pablo realizam o curso de Libras da Seme no nível intermediário: Gleice de Souza Pinto, professora responsável pela adaptação do conteúdo didático da escola ao aluno com deficiência auditiva, e Edna Maria Caliari Galdêncio, que atua na sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), espaço das escolas destinado a desenvolver, de forma lúdica, as habilidades cognitivas dos estudantes com necessidades especiais no contraturno escolar.

Neste ano, Edna foi convidada a ministrar atividades no curso de cuidadores, que são os profissionais que acompanham os alunos com necessidades educacionais especiais. Daí, surgiu a oportunidade de fazer a apresentação com os estudantes da escola Reverendo Jader. "Vai ser um momento muito especial. As crianças estão bem ansiosas", celebra Edna.

"A criança não tem preconceito, elas abraçam seus colegas com necessidades especiais. Por isso, é importante começar o processo de inclusão, de todas aqueles com necessidades especiais, não só os com deficiência auditiva, desde a Educação Infantil", complementa Gleice.

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