Waack: "saída crise vai criar perdedores" - Jornal Fato
Economia

Waack: "saída crise vai criar perdedores"

A cerca de 600 convidados jornalista renomado traçou o cenário político e econômico do país


Segundo Willian Waack não é possível atender a todos os interesses corporativos e é preciso acabar com a farra fiscal - Wagner Santos/Jornal Fato

O jornalista William Waack mostrou preocupação com o déficit fiscal brasileiro, que deve chegar a R$ 139 bilhões no ano que vem. E não haverá como atacá-la sem antes cortar os gastos públicos, que tem subido a toque de pautas bombas, como a que concedeu reajuste de 16% ao Supremo Tribunal Federal, que cria efeito cascata ao elevar, junto, o teto do funcionalismo.

Segundo ele, o público ainda não se deu conta da dimensão do estrago e adverte que não haverá saída fácil para o problema. É reflexo da crise distributiva, já que o estado gastou mais do que tinha e já não há mais o que distribuir, embora as corporações não abram mão de seus privilégios.

A dificuldade para o próximo presidente política está em vencer os interesses corporativistas que movimentam o Congresso e fazer as reformas necessárias, que "vão criar perdedores", pois não há recursos para atender a todos.

Para o jornalista, é preciso que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deixe a característica improvisada e intuitiva utilizada na campanha para instituir, logo, sentido e direção nos objetivos do governo.

Mesmo as boas práticas de gestão em estados como o Espírito Santo não devem resistir sem o ajuste em Brasília. "O governador Paulo Hartung fez a lição de casa e recebe elogios apropriados por isso. Mas vai afundar junto com o Titanic, a coisa toda está afundando. Quatorze estados já estouraram o limite da Lei de Responsabilidade fiscal", alertou.

Waack esteve ontem em Cachoeiro, no evento Tendências, promovido anualmente pelo Sicoob Credirochas, desde 2011. A cerca de 600 convidados, a maioria clientes da cooperativa de crédito, traçou o cenário político e econômico do país.

 

"Festival de privilégios assola o Brasil"

O escritor Bruno Garschagen lançou seu segundo livro: 'Direitos Máximos, Deveres Mínimos'

O escritor Bruno Garschagen também participou do evento promovido pelo Sicoob Credirochas na manhã de ontem, em Cachoeiro. Ele antecedeu o jornalista William Waack, que se atrasou por conta do mau tempo. Waack veio de São Paulo pilotando o próprio avião, mas precisou esperar em Campos- RJ melhores condições meteorológicas para só então chegar a Cachoeiro.

Garschagen, que é cachoeirense, lançou seu segundo livro, "Direitos Máximos, Deveres Mínimos - O Festival de Privilégios que Assola o Brasil". A obra é dividida em quatro partes. Na primeira, ele diferencia direitos de privilégios.

Na segunda parte, o foco é nas regalias aos políticos, servidores públicos e ocupantes de cargos comissionados.

Na terceira, os privilégios analisados são os da sociedade, como, por exemplo, a meia-entrada para estudantes, ou destinados a grupos empresariais ou setores econômicos, com os empréstimos subsidiados pelo BNDES, aos chamados campeões nacionais, durante a gestão de Dilma Rousseff.

A quarta etapa é a conclusão, em que o autor analisa como tantos privilégios atingiram a noção de responsabilidade individual.

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