Como a grande maioria dos brasileiros assisto com muita apreensão o surgimento de pequenos grupos com ideais fascistas, que informados ou formados por uma mídia pouco responsável faz com que não respeitem a diversidade de pensamentos políticos, religiosos, de cor, de opção sexual ou mesmo o torcedor de um time de futebol que não seja o seu.

 

Semear o ódio e a intolerância virou sinônimo de fazer política, despertar o que há de pior no ser humano, defender os ideais totalitários se transformou em uma coisa normal para essa pequena parcela da população, que na maioria das vezes, não tem consciência do monstro que estão despertando.

 

Acostumado a confrontos e a debates de ideias, me sinto um pouco sem espaço num mundo em que querem me calar, não querem saber o que penso, (porque não uso camisa da CBF para protestar contra o governo), querem simplesmente que eu siga o efeito manada, em uma caminhada rumo a um pretenso arco ires que nos levará não a um pote de ouro como preconizam os poetas, mas sim, a um final inesperado.

 

A luta por um mundo de paz sempre foi a bandeira dos sensatos, dos sonhadores, dos livres pensadores, dos poetas, dos artistas, dos democratas e dos verdadeiros brasileiros que hoje enfrentam essas batalhas acreditando no diálogo que possa construir uma nova sociedade e uma nova política para o país, fundada nos ideais um pouco esquecidos da revolução francesa:" liberté, égalité, fraternité".

 

Enquanto isso, aproveito minhas férias e caminho até a tradicional banca de jornais São João, próximo ao Mercado do Amarelo, onde nosso amigo flamenguista Jorge, sempre atento aos fatos, ouve suas músicas preferidas que vão desde os Beatles, MPB e de sobra passeia pela música clássica, demonstrando sua sabedoria e bom gosto musical.

 

Mas, no momento em que alguém compra um jornal ou uma revista e enquanto aguarda o troco faz um comentário em referência a alta temperatura de nossa cidade, ele tranquilo e educado como sempre, responde simplesmente que aqui é assim mesmo. Cachoeiro, Verão o Ano Inteiro.

 

No que estou de pleno acordo, pois em nossa capital secreta o tempo não é o mesmo do restante do universo e até nosso sol é diferente. Por isso, os cachoeirenses seguem se preparando para a festa de São Pedro, a eleição do cachoeirense ausente, o jogo do Estrela e curtindo nosso eterno verão.

 

Afinal, como diz nosso amigo Jorge: Cachoeiro é verão o ano inteiro.