Sem infância
Crianças desabrigadas,
Crianças enganadas,
Sem esperança da infância,
Com a vida nas estradas.
Crianças estupradas,
Crianças drogadas,
Cadê a esperança, cadê a alegria?
Das crianças interiores, desaparecidas.
Sem sonhar, sem brincar
Sem se quer se deitar.
Na cama, ou na grama pra ver o luar.
Na rua com certeza estão a trabalhar,
No frio ou no calor,
Seja sempre onde for.
Nunca param pra relaxar,
Pra estudar,
E um futuro melhor conquistar.
Não param nem se quer pra descansar,
Estão sempre a ralar.
Num passado do presente elas vivem a escravidão, de uma impune solidão.
Queremos mudar esta visão
Mas o que vocês farão?
Elas não podem mais viver com essa visão,
A vida não pode ser mais essa desilusão
De sempre estarem a trabalhar na contramão
Em dias de inverno, primavera, outono e até no verão.
Façam-nas brincar
Façam -nas viver
Façam-nas sonhar!