Por que excluem nossos talentos? - Jornal Fato
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Por que excluem nossos talentos?


Encontro Rômulo Felippe na rua. Esbarro nele, ele com mãos cheias de seu trabalho. Numa delas, exemplares da "Revista Caminhões", que ele acaba de lançar. Na outra mão, novo GUIA ESTRADA focalizando potencialidades e realidades do município de Castelo. 64 páginas repletas de informações, provando outra vez que o interior - e o interior do interior - tem coisa importante para ver e viver, para sustentar demanda que o mundo corre atrás - turismo ecológico, agroturismo e o que vem junto com eles: muita paz e muito verde.

 

Folheando o guia penso sobre o quanto vale nossa terra, o quanto pode nossa gente. O quanto vale nossa região constantemente mostrada por Rômulo (e não só por Rômulo), com tanta coisa boa, tanta coisa ainda oculta. E penso ser burrice da administração pública não explorar o filão - filão de gente trabalhadora e hospitaleira; filão de tanto verde, filão de paisagem bucólica, filão de tradições.

 

Por termos gente assim, ando estranhando a administração municipal que dá excesso de atenção a profissionais que vem de fora. Não que devamos deixar de recebê-los. Outra a história: estão tomando nossa condição de trabalhar sem motivo e com ajuda da administração. Quem nos toma é gente que não tem raiz e, provavelmente, nem quer ter.

 

Não que seja contra forasteiros (que palavra mais preconceituosa), pois haverá quem me ache forasteiro nos meus só 40 anos de Cachoeiro. Denuncio é que, tendo nós talentos e força de trabalhadores especializados, a administração municipal contrate técnicos e administradores de fora, como se eles fossem os melhores. Garanto que não são.

 

Reclamo sim que Atílio Traváglia, vice-prefeito com voto, seja relegado a absurdo terceiro plano, desperdício sem par. Ao mesmo tempo em que se desperdiçam outras coisas quando entregam a condução do negócio público municipal a quem - com certeza - nunca transitou pela terra de Rubem Braga. Se não tivesse gente de competência, vá lá. Mas tem. O Prefeito deveria meditar muito sobre isso.

 

É que a sociedade começa a perceber esses movimentos heterodoxos. Estão ficando complicadas explicações que não explicam nada. Principalmente depois do que disse Atílio e o que dele disseram em sua posse no SESI e na prestação de contas que fez na Câmara Municipal. Em ambas as ocasiões, com depoimento do Prefeito na primeira, Atílio saiu como técnico de alta qualidade que é, homem que faz relações políticas com tranquilidade, pessoa respeitada no cipoal político e comercial.

 

Percebe a população, e só não percebe mais porque a divulgação institucional da prefeitura falhou feio (espero não seja boicote, seja "só" incompetência) que, pelo que disse na Câmara, foi Atílio o político que, nos últimos tempos, mais trouxe novidades sérias, novidades que transcendem ao simples fazer política anódino e ao sensabor de promessas antigas. Atílio sabe fazer, sabe o que diz. Mas está esquecido na Prefeitura. Acorda gente! Têm interessados no passe dele. Não reclamem, depois.

 

E volto ao GUIA ESTRADA, melhor, volto aos bons profissionais cachoeirenses. Se a Prefeitura quer divulgar Cachoeiro, que utilize intensivamente nossa mão de obra, até para evitar que empresas sem tradição local, seja nisso ou naquilo, seja na divulgação de nossas riquezas/belezas venham vender seu peixe como se fosse o peixe da atual administração, o que pode estar ocorrendo. Estou de olho.

 

(Propositadamente digo, só aqui, ao final, que esse texto foi escrito em maio de 2005, na Conexão Mansur nº 42 - a de hoje é a de nº 496. Quase 13 anos nos separam, mais de 450 edições semanais foram publicadas, o prefeito é outro, mas, contudo, porém, todavia, continua tudo - ou 95%, vá lá - a mesma coisa).

 

24Livros que se deve ler para conhecer nossa História

 

Há alguns anos, fiz uma relação - com comentários - sobre 13livros que devem ser ler por aqueles que querem conhecer nossa História, principalmente a história de Cachoeiro de Itapemirim e a do Sul do Espírito Santo, no que é mais ligada a Cachoeiro.

 

Agora, quase 13 anos depois, estou refazendo a relação, que chegou a 24 livros. Evidente que um ou outro livro deve ter me escapado, mas é certo que os que relaciono aqui são valiosos para o conhecimento de nossa História, alguns História Geral, outros, histórias particulares.

 

Hoje, nesta CONEXÃO, dou apenas os títulos dos 24, os nomes seus autores e as datas da publicação original, tanto quanto possível a primeira. Oportunamente, como fiz com os 13, farei pequenas resenhas sobre cada um dos 24.

 

Enquanto isso, fiquem com o aperitivo. Mas é pena que o leitor não possa se aproveitar mais. Exceto os mais recentes quase todos estão esgotados e não tenho visto perspectiva de serem reeditados. Mas vá lá!

 

01 - Memórias - Francisco Alberto Rubim - 1840. Está na internet, no excelente site do Arquivo Público do Estado (www.ape.es.gov.br).

02 - Província do Espírito Santo - Bazilio Carvalho Daemon - 1879 -Também está na internet, no site do Arquivo Público do Estado.

03 - Ponte Municipal - Primeiro Centenário- Relatório do Prefeito Gil Goulart - 1887 -

04 - Minha Terra e Meu Município - Antonio Marins - 1918 - Estou tentando reeditá-lo.

05 - Município de Cachoeiro de Itapemirim - Domingos Ubaldo Lopes Ribeiro - 1928.

06 - Histórias de Cachoeiro - Newton Braga - 1946.

07 - Rio Itapemirim - Sua contribuição para a História - Mauro Braga - 1955.

08 - Viagem de Pedro II ao Espirito Santo - Levy Rocha - 1960.

09 - Crônicas de Cachoeiro - Levy Rocha - 1966.

10 - Memória de Cachoeiro - Perfis Biográficos - Paulo Estellita Herkenhoff - vol. I (e único) - 1994.

11 - Voltando ao Cachoeiro Antigo - Professor Manoel Gonçalves Maciel - 2 volumes, 1999 e 2004.

12 - Imagens de Cachoeiro da Coleção Gil Gonçalves - 1999.

13 -Cachoeiro - uma História de Lutas - Evandro Moreira - 2 volumes - 2004.

14 - Poetas Cachoeirenses - Evandro Moreira - 1975.

15 - Fotocrônicas - Wilson Márcio Depes - 1987.

16 - Cachoeiro de Itapemirim - Edição Histórica - Diversos autores, entre eles, João Eurípedes Franklin Leal e Teresinha de Jesus Rosa Dalto -1996.

17 - A Imagem Que Não Morreu -Hélio Athayde -  2000.

18 - Memórias de Cachoeiro -Marco Antonio Carvalho - 2005.

19 - Newton Braga- O Poeta Franciscano - 2006.

20 - Bernardo Horta e a Política de Cachoeiro - Adilson Silva Santos - 2012.

21 - Palavra de Mestre - Rosângela Venturi Barros - 2012.

22 - Nosso Pequeno Cachoeiro- Evandro Moreira - 2014.

23 - Simplesmente Monte Alegre - Leonardo Ventura - 2016.

24-Passado a Limpo- José Pontes Schayder - 2017.


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