O Sonho - Jornal Fato
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O Sonho


Tire a sua máscara e mostre o seu rosto para quem quer ver. O importante é ser você, mesmo que o seu eu seja meio bizarro. A estranheza não tem nenhuma importância. Afinal, gostar de Pitty, e cantar com ela nos dá diversas possibilidades e interpretações. É como se a vida se vestisse de gostos e tentassem agradar a todos de diferentes modos, entretanto ao contrário da vida, intitulo como geração dominante de personalidade.

 

Eu sou roqueira, o "blá, blá, blá" de sempre eu não aceito. Os preconceitos que te limitam não fazem morada por aqui. As reclamações bobas são impróprias e desprovidas de minha paciência, dizem, que comigo não tem meio termo e por isso sou grossa. Gostando ou não de mim, que diferença faz para o mundo?

 

Certo dia, quando fui pegar o ônibus para o trabalho encontrei uma "patricinha" toda delicada e bem vestida, parecia à donzela dos filmes, eu estava sentada no ônibus que mais parava do que andava, viajava com meu fone e ela toda educada me cumprimentou e perguntou o que eu estava ouvindo. Eu, que não gosto muito de ser educada disse somente "AC/DC", ela em resposta sorriu e disse "também estou ouvindo". Surpresa por sua resposta, a encarei e vi que não falava mais com a "princesa de antes", mas mesmo assim não dei bola e continuei a viajar.

 

Quando meu ponto chegou, desci e caminhei discretamente até minha casa, na verdade queria chegar à outra casa, a minha é disponibilizada de muitas brigas e conflitos, o que a certo ponto me fazia refletir. Porém eram conflitos desnecessários e isso me abalava muito.

 

Chegando próximo ao meu destino, escutei um barulho, era minha mãe que gritava, corri apreensiva. Não! Não poderia ter acontecido nada com ela, eu morreria. Quando virei à esquina consegui avista-la caída no chão. Corri, mas os segundos pareciam anos e minha agonia só aumentava. Foi então que vi meu padrasto com uma arma na mão, estava nocauteada, ele não poderia ter feito nada com ela, as lágrimas desciam em disparada. Quando me aproximei ele virou a arma para mim e acordei assustada.

 

Vi que tinha algo errado. Eu estava em outro local, tinha dormido no filme na casa de uns amigos.  O dia já amanhecera e tudo não passara de um sonho. Mas todos os sonhos trazem algo do inconsciente à tona, esse na verdade não trouxe nada sobre mim, nada relativamente. Ignorei, deve ser mais só um sonho bobo, e fui caminhado até a partida do ônibus cantado ao som da música "Tira a máscara que cobre o seu rosto, se mostre e eu descubro se eu gosto do seu verdadeiro jeito de ser" e saí para pegar o ônibus. Chegando a casa, minha mãe ficou aliviada por não ter demorado, já que acabara de sair nos jornais que em um bairro bem próximo mãe e filha tinham sido assinadas pelo padrasto.


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