O Governador Paulo Hartung, em seu delírio de ser um líder nacional, disse em entrevista há alguns dias que já está fazendo o que foi escolhido para fazer: "Pegar uma agulha boa e uma linha e ajudar a costurar o campo do centro da política. Precisamos escolher alguém que possa comunicar com a sociedade brasileira". Ou seja, um nome que tenha o apoio irrestrito ou represente o oligopólio midiático, mais precisamente a Rede Globo de Televisão.

 

Sem um nome viável que agregue o campo direitista, alguns acreditam sinceramente que esse candidato de "centro" preconizado pelo governador capixaba seja alguém comparável ao atual presidente Frances, Emmanuel Macron. E tentaram vender ou comprar o apresentador Luciano Huck e apresentá-lo como "o novo" Macron brasileiro. Mas, na verdade o Huck está mais para Berlusconi, o bilionário Italiano, neoliberal, dono de um império de comunicações, que após a famosa "operação mãos limpas" na Itália, se apresentou como "o novo" que reconstruiria o país.

 

Embora Huck, também seja milionário, é empregado e porta-voz do Império de Comunicações Globo e não o proprietário, e portanto, não tem capacidade para decidir sozinho, para ter um projeto ou sequer uma proposta para o país que não seja explorar a miséria e a pobreza em seu famoso caldeirão. Assim, um dia é candidato a presidente, no outro não é candidato a nada.

 

Nesse meio tempo, o presidente Temer atropela toda a trupe que se digladiava em busca de um nome para ser o principal ator no jogo sucessório e faz uma intervenção militar no Rio de Janeiro, chamando para si o comando das articulações. Percebeu que o barco da reforma da Previdência estava afundando e o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já preparava o discurso para engavetar o projeto, culpá-lo por não reunir votos suficientes para sua aprovação e se colocar como o candidato queridinho do mercado.

 

Se os candidatos da direita, com exceção de Bolsonaro, estão patinando na casa de um ou dois dígitos e com a possibilidade de Lula fora do páreo, porque apostar em Meireles, Maia, Alckmin, Marina ou Luciano Huck se ele pode ser o candidato e roubar a única proposta de Bolsonaro?

 

Essa, foi realmente uma grande jogada, embora alguns a vejam como uma aventura, no entanto, até as eleições de outubro os morros e as favelas cariocas serão silenciados, com mandados permanentes de busca, apreensão e prisões coletivas conforme já foi anunciado, enquanto as forças armadas manterão segura a zona sul e as rodovias livres de tiroteios.

 

Agora, o jogo na direita tem um comandante e ameaça quem quer que ouse desafiá-lo. Temer e sua Gang que tomaram o poder de assalto, todos denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, sabem muito bem como fazer uso dele na medida que for necessário para atender seus interesses e atingir seus objetivos sem qualquer cerimonia, sem medo ou vergonha, pois não tem nenhum compromisso com os brasileiros, com a constituição, com a verdade ou com a democracia.

 

Dessa forma, o "grande costureiro" Hartung, foi sacado do baralho, pois o "centro" que ele sonhava se assume como a direita e parte para o ataque como o dono da bola, do campo e do juiz. Falta apenas combinar com o eleitor. Mas, esse é apenas um detalhe, qualquer coisa faz umas intervenções militares em mais três ou quatro Estados e suspende as eleições, e assim, a cada dia o país caminha rapidamente para o estado de exceção onde a democracia é apenas um sonho que se transforma em pesadelo.