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Anos atrás, conheci um lindo país. Por mais ou menos duas semanas passiei pela costa leste do Canadá (Toronto, Otawa, Quebec e Montreal), o lado Atlântico. Além de bonito, multicultural. Duas línguas: inglês e francês. Nessas línguas, um pedido de desculpas do primeiro ministro aos aborígines pela truculência dos europeus. Segundo maior extensão territorial do mundo, com apenas 30 milhões de habitantes. Apesar de seis meses por ano estar embaixo da neve e da necessidade da cidade subterrânea, junto ao metrô, um povo alegre e simpático. Encontrei lagos e rios com águas límpidas. Admirei jardins bem conservados, pinheiros e flores diferentes. Conheci alces, florestas e cataratas. Viajei por estradas maravilhosamente conservadas, sem necessidade de privatização, sem cobrança de pedágios. Ouvi sobre o sistema educacional e saúde pública exemplar. O governo devolve o imposto cobrado com serviços básicos e essenciais de qualidade. Quase não vi policial nas ruas, mas sabia e pude comprovar que, quando necessário, eles aparecem de pronto e são implacáveis no cumprimento do dever. Não se pode caminhar com bebida alcoólica em vias públicas. Assisti shows em praças, e a lei era respeitada. Caminhei à noite em Montreal e Toronto, algumas ruas escuras, sentia-me seguro. Uma tristeza pela incompetência e corrupção crônica do nosso país. O Canadá é um país rico, colonizado por franceses e ingleses, sem a arrogância do americano, sem o trauma de 11 de setembro, e receptivo.

 

No retorno da viagem, encontrei Cachoeiro com poluição visual intensa e vários outdoors espalhados pelas vias públicas; jovens sem pernas e braços internados em nossos hospitais, vítimas de acidentes com motocicletas. Ouvi de uma jovem capixaba, de Baixo-Guandú, no aeroporto de Guarulhos, São Paulo: "Fui ao Canadá sem saber uma palavra de inglês ou francês, usei mímica, agora faço um curso técnico para saber minha aptidão profissional. Provavelmente optarei pela enfermagem, após o curso, com oito anos de serviço prestado, terei o dinheiro investido de volta". No caminho de Quebec para Montreal fica a Igreja de Sainte Anne, mãe de Maria. Lembro-me dos sinos bem no alto da torre, penso no poeta inglês Donne: "Nunca mandes indagar por quem os sinos dobram, eles dobram por ti." Os sinos dobram por mim e por todos nós. No Brasil, com as mazelas sociais, todos nós perdemos um pouco.

 

Agora, em Cachoeiro, a MapleBear é uma boa opção de Escola Infantil Bilíngue de ensino canadense. Quando criança aproveitei a chance dos estudos, isso fez a diferença em minha vida. Acredito na educação como algo modificador da nossa sociedade, mais ainda das crianças. Na adolescência, e na vida adulta, a fluência no inglês me fez falta - não era valorizado nas escolas públicas e continua não sendo. O português e a matemática são fundamentais. Entretanto, com o mundo atual globalizado, fico imaginando um pai ou mãe com condições financeiras, bem como, o setor público - governantes, que não valorizam a iniciação do ensino da segunda língua e sua opções culturais para nossas crianças. Um verdadeiro atraso.  

 

Sergio Damião Santana Moraes

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