Jujubas vermelhas - Jornal Fato
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Jujubas vermelhas


Adoro jujubas. Guardo as vermelhas para o final, e como primeiro as verdes, porque são as que gosto menos. Passo horas escolhendo o pacotinho com o maior número de vermelhas e amarelas. Acho que é justamente pela diversidade visual que mais gosto destas balinhas. Cores me fazem bem.

 

Minha paixão pelo colorido faz com que eu precise me esforçar para gostar dos dias cinzentos, mesmo sabendo de todas as vantagens deles: podemos usar roupas mais elegantes, a maquiagem não escorre, comprar uma bota nova porque a do inverno passado saiu de moda, o vinho é melhor degustado e os abraços ficam ainda mais aconchegantes. Mas por mais que o universo conspire e me encha de motivos para tornar melhor esses dias, prefiro aqueles azuis que chegam a dar uma sensação previa que vai nos deixar cegos.

 

Dias azuis me inspiram, e a luz do sol me anima. Quero mergulhar no mar, e não molhar os pés em poças. Quero pele bronzeada, e não nariz gelado. Quero vento morno e anoitecer lento.

 

Isso sem falar do excesso de estrelas, que pedem namoro ao ar livre; nos pores do sol, que merecem horas de aplausos; no espetáculo que é ver o sol nascendo, para só dormir depois dele. É quase um sacrilégio dizer que o verão não inspira romantismo.

 

Então se chove, me reinvento. É de dentro da gente que saem os melhores raios de arco iris. Se não tem sol, desenhe um. Se chove, dance na chuva. Para todas as coisas, há de ter um jeito. E para o que não tem jeito, sempre haverá um pacote de felicidade, cheinho de jujubas vermelhas! 


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