Celebrar a vida - Jornal Fato
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Celebrar a vida


Passado um ano em que o Brasil acordou com grande susto e tristeza, na última semana de novembro, circularam pelas redes sociais os testemunhos dos jogadores que sobreviveram à tragédia com avião do Chapecoense. Quem não se lembra desse acidente que tirou a vida de inúmeros jovens filhos, esposos, pais, ...

 

Como explicar a dor dos amigos e familiares que perderam seus amados? Como abafar os sonhos de uma cidade inteira que não mais serão realizados? Como explicar os sentimentos de alegria mesclados com a imensa dor dos sobreviventes? Quem já experimentou algum trauma sabe que os que sobreviveram jamais se esquecerão do acidente e da dor da descoberta do infortúnio dos amigos que partiram. Contudo, em meio às dores e às cicatrizes que lhes acompanharão por toda a vida, estes nos deixam uma bela mensagem de amor, de fé e nos revelam o quanto é importante celebrar a vida a cada instante, pois não sabemos quando o seu sopro cessará.

 

Enquanto perdemos tempo com o que nos gera insatisfação, o tempo não para e, de tão rápido que passa, nos prega peças. Um dia somos meninos e meninas com bumbum sujo, sentados no barro e brincando com lama. No outro estamos na sala de aula, com a rotina acirrada, mas, ao chegar da escola, ainda sobra tempo para brincar de modo que, ao fim do dia, exaustos, ouvimos o grito da mãe chamando para o banho, para o jantar e somos levados para a cama.

 

De repente, tiramos a Carteira Profissional, buscamos o primeiro emprego; entramos na Faculdade ou ordem diversa. O fato é que a vida muda. Adultos, já não mais conseguimos pisar descalços, a areia da praia nos incomoda; a aparência toma um espaço mais importante que nossos desejos.

 

Diariamente sofremos um embate pessoal e perdemos a sensibilidade da gratidão pela vida. Esquecemo-nos de que viver, por si só, traz realização, especialmente quando podemos andar, falar, amar, sorrir, sentir, sonhar, etc. Contudo, vez ou outra quem vê a morte de perto nos relembra de que não temos motivos para reclamar, mas tão somente para agradecer. Afinal, se estamos aqui ainda temos a oportunidade de compartilhar do mesmo ar, do mesmo dom da vida e de transformar sonhos em realidade.

 

Assim, como os sobreviventes do Chapecoense, apesar das marcas e das cicatrizes que a vida já nos causou, que possamos CELEBRAR A VIDA pelo simples fato de sermos contemplados por ela, aprendendo a ser pessoas melhores e mais felizes a cada dia.

 


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