Paraíso abandonado no meio do Rio Itapemirim - Jornal Fato
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Paraíso abandonado no meio do Rio Itapemirim

Ao invés de receber turistas, moradores e estudantes, a Ilha do Meirelles abriga atualmente cavalos e carrapatos


Ao chegar dentro da ilha, o cenário é desolador. A ponte de madeira ruiu com a ação de cupins

Alessandro de Paula

 

A Ilha dos Meirelles, a maior ilha do Rio Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, com centenas de espécies de árvores em seus 9,6 hectares de área, é um exemplo de potencial turístico e ambiental desperdiçado.

Ao invés de receber turistas, moradores e estudantes, a ilha doada por Newton Meirelles à prefeitura em 1988 abriga atualmente cavalos e carrapatos. Vândalos destruíram as estruturas que existiam no espaço.

Eleita pela população como uma das sete maravilhas de Cachoeiro, a ilha está situada na região do bairro Valão, a cinco quilômetros do Centro da cidade. É ligada ao outro lado do rio por meio de uma ponte pênsil, que dá um visual de aventura.

E atravessar a ponte é realmente uma aventura para quem tem muita coragem. Vários cabos de aço estão enferrujados ou arrebentados. Muitas tábuas de madeira se soltaram ou estão quebradas.

Ao chegar dentro da ilha, o cenário é desolador. A ponte de madeira ruiu com a ação de cupins. A pequena lagoa artificial está seca e tomada pelo mato. A área de recepção de visitantes, as placas turísticas, o anfiteatro e os banheiros estão destruídos.

Ao visitar a ilha, a reportagem se deparou com dois cavalos que, provavelmente, chegaram ao local caminhando sobre as pedras no período de estiagem. O espaço está infestado de carrapatos, cupins e formigas.

 

Ilha foi doada para a prefeitura

Newton Meirelles doou a ilha onde ele residia para a prefeitura em 1988 com o objetivo que o espaço fosse preservado. O imóvel foi assumido em 1992 pelo município, que construiu a ponte pênsil.

Por algum tempo ficou abandonada. Uma família chegou a habitar o terreno, mantendo cães, área de pastagem e até um chiqueiro.

Em 2002, o espaço foi cedido ao centro universitário São Camilo, que transformou o local na Estação Ambiental Meirelles. A instituição recuperou banheiros que já existiam, implantou uma ponte de madeira, um lago artificial e uma área para receber visitantes.

Mas o trabalho mais importante foi o reflorestamento da ilha, ocupando as áreas de pastagens. No espaço foram introduzidas 5,6 mil mudas de espécies nativas. Com o tempo, alguns animais passaram a habitar o espaço, como macacos.

No entanto, em 2013, sem contar com o apoio do poder público, a instituição devolveu a concessão ao município que não cuidou do espaço.

 

Prefeitura pretende recuperar a ilha

A prefeitura informou que em julho será realizada uma reunião com o objetivo de criar um comitê, composto pelas secretarias de Cultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Educação, Segurança e Trânsito, de Governo, além da Polícia Ambiental.

O encontro servirá para traçar o planejamento das ações para o segundo semestre, com foco específico para a recuperação da Ilha dos Meirelles.

Ainda de acordo com a prefeitura, também é intenção o desenvolvimento do entorno, com o apoio às comunidades próximas, por meio de ações pedagógicas, sociais, de saúde, empreendedorismo e ecológicas.

 

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