Festa de Cachoeiro já não anima mais - Jornal Fato
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Festa de Cachoeiro já não anima mais

Festa que já foi a segunda melhor época de vendas no comércio, hoje não atrai tantos consumidores


 

 

Há alguns anos, a população cachoeirense e de municípios vizinhos esperavam ansiosamente por um dos maiores eventos do ano na região. A Festa de Cachoeiro era um marco e reunia milhares de famílias, que se preparavam para o aniversário da cidade.

 

Atualmente, o evento perde sua atratividade e o comércio é o primeiro a sentir essa diferença. "O impacto causado pela festa nas lojas da cidade é muito menor se comparado com o passado", afirma Pedro Sandrini, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Cachoeiro de Itapemirim (Acisci). "Podia ser comparada com o Dia das Mães (que só perde em vendas para o Natal). Sentimos uma diferença muito grande", conta a vendedora de roupas Penha Dalvi, que tem experiência de 30 anos no comércio.

 

Toda essa mudança está relacionada ao modelo de crescimento de Cachoeiro. A cidade, que comporta mais de 200 mil habitantes e tem uma das menores PIB per capita do estado do Espírito Santo, não tem mais condições de oferecer evento de grande porte.

 

Outro fator que contribui para a dispersão do público na festa são as inúmeras opções encontradas durante todo o ano em Cachoeiro e cidades próximas. Atualmente, ocorrem feiras, seminários, festas privadas e outras variedades que dividem o público de acordo com o estilo.

 

"O perfil da festa não tem como ser o mesmo. Desde quando a cidade ultrapassa 100 mil habitantes ela perde aquela característica de cidade do interior e, consequentemente, deixa de realizar festas como antigamente", completa Sandrini.

 

"Até uns três a quatro anos atrás o movimento era muito grande na época da festa. Acho que a população não tem mais o interesse em participar como antes. Hoje, a festa não tem mais resultado para o comércio", garante a gerente de vendas, Adriana Lamon, que há 20 anos atua no comércio.

 

A secretária municipal de Cultura, Joana D'Arck, ressaltou que as programações tradicionais são mantidas na festa, porém, o evento encolheu e foi transferido do Parque de Exposição Carlos Caiado Barbosa, onde acontecia nos últimos anos, para o centro da cidade.

 

"Como neste ano não teremos rodeio e exposição agropecuária, não faria sentido o município investir na estrutura que o parque de exposição exige. Na Praça Jerônimo Monteiro, já realizamos outros shows e tivemos resultados positivos."

 

Alguns moradores não estão satisfeitos com as mudanças, principalmente com a localização da festa. "Eu já ouvi um monte de gente dizer que não vai à festa por ser na praça. Antigamente, era o evento mais esperado. A gente se animava e comprava roupas. Hoje ninguém se interessa muito mais."

 

A festa deste ano será realizada a partir do dia 25 e vai até o fim do mês. Terá atividades esportivas, religiosas e culturais (como peças teatrais, mostra de artesanato e lançamento de livro), além das tradicionais solenidades e do desfile cívico escolar na Linha Vermelha.

 

Os shows musicais de Arlindo Cruz e Pitty serão nos próximos dias 27 e 28, respectivamente, na praça Jerônimo Monteiro.

 

Bruna Hemerly

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